Comprar ou vender?

Vale a pena vender as ações do Magazine Luiza para comprar da Via Varejo?

10 jun 2020, 15:01 - atualizado em 10 jun 2020, 16:29
Magazine Luiza
O Magalu saiu na frente e pôs a casa em ordem muito tempo antes do que a sua colega varejista (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Tanto a Via Varejo (VVAR3) quanto o Magazine Luiza (MGLU3) são duas empresas que, nos últimos meses e anos, passaram por um período de enorme reviravolta operacional, ou turnaround, para usar uma linguagem mais financeira.

É verdade dizer também que o Magalu saiu na frente e pôs a casa em ordem muito tempo antes do que a sua colega varejista. E o mercado também reconheceu isso. Em dois anos, por exemplo, dispararam 362%. A Via Varejo também subiu bastante, quase 100%.

Recentemente, entretanto, a dona da Casas Bahia e Ponto Frio, engatou em mudanças estruturais. O e-commerce foi renovado, com inovações motivadas pela pandemia do coronavírus como o atendimento pelo whatsapp.

Além disso, os problemas de caixa parecem endereçados com o anúncio de uma oferta de ações que pode arrecadar perto de R$ 4 bilhões. Será que chegou o momento de vender as ações do Magazine Luiza para participar do crescimento esperado pela Via Varejo?

Para o Itaú BBA, neste momento, a resposta é sim.

Os papéis da Via Varejo foram incluídos na carteira Top 5 do banco no lugar que estava ocupado pelo Magalu (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

“Enxergamos momentum positivo para a Via Varejo. Diante do cenário de isolamento social e fechamento do comércio físico, a Via Varejo concentrou esforços em acelerar suas vendas através de sua plataforma digital”, disseram os analistas Fabio Perina, Larissa Nappo e Maria Clara Infantozzi em um relatório enviado a clientes.

Eles lembram que no mês de abril as vendas online diretas e do marketplace (que inclui outros vendedores) cresceram em termos anuais 260% e 130%, respectivamente.

“Acreditamos que o anúncio da oferta primária reforçará a liquidez da companhia, de forma a possibilitar a aceleração de seu crescimento, melhor gestão de capital de giro e otimização de sua estrutura de capital, o que deve acarretar valorização da ação”.

Os papéis foram incluídos na carteira Top 5 do banco no lugar que estava ocupado pelo Magalu.

“Continuamos gostando da tese de investimentos para o ano e acreditamos que o e-commerce é um mercado que tem potencial de crescimento alto daqui para frente. Por isso, mantemos nossa exposição a este modelo de negócio com a troca de Magazine Luiza por Via Varejo”, explicam os analistas do BBA.

O portfólio do banco é ainda composto pelos ativos da Lojas Renner (LREN3), Banco do Brasil (BBAS3), JBS (JBSS3) e BR Distribuidora (BRDT3).