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Vale a pena participar da estreia da Uber na bolsa ou é melhor esperar?

10 maio 2019, 9:06 - atualizado em 10 maio 2019, 11:27
Mas a pergunta mais relevante neste momento é se vale a pena comprar as ações da Uber depois da sua estreia hoje. ( Imagem: Instagram Uber)

Por Investing.com

A Uber Technologies Inc. (NYSE:UBER) conseguiu algumas vitórias ontem, depois de arrecadar US$ 8,1 bilhões na maior oferta inicial de ações de 2019. Alguns dos funcionários de alto escalão da empresa, investidores do Vale do Silício e o SoftBank – seu maior acionista – estão entre aqueles que terão trabalho para registrar os altos ganhos dos seus investimentos.

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Mas a pergunta mais relevante neste momento é se vale a pena comprar as ações da Uber depois da sua estreia hoje. Por mais que amemos a facilidade na contratação das corridas da Uber e a tecnologia que torna isso possível, não recomendamos comprar os papéis da empresa, pelo menos nos primeiros seis meses.

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Não queremos menosprezar o potencial dos negócios da Uber e a magnitude da revolução que a empresa provocou no setor de transportes.

A Uber, que já conta com dez anos de mercado, é a maior empresa de contratação de motoristas particulares do mundo, com mais de 65% de participação de mercado nos EUA, Canadá, América Latina, Europa, Austrália e Nova Zelândia, de acordo com o registro da companhia na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

Mas, apesar desse predomínio de mercado, não está claro quando a Uber conseguirá fazer com que esse enorme empreendimento se torne lucrativo. Os números financeiros que a Uber compartilhou com os investidores antes do seu IPO mostraram que o crescimento em seu principal serviço de contratação de corridas está desacelerando.

Mas, apesar desse predomínio de mercado, não está claro quando a Uber conseguirá fazer com que esse enorme empreendimento se torne lucrativo (Imagem: Divulgação)

Prejuízos se acumulam, e o crescimento desacelera

Nosso sucesso contínuo será fruto de uma excelente execução e da força da plataforma que trabalhamos tanto para construir

Depois de crescer 95% em 2017 em relação ao ano anterior, o crescimento da receita nesse segmento despencou 33% no ano passado.

Em termos operacionais, a Uber registrou perda de US$ 3,04 bilhões em 2018 sobre uma receita de US$ 11,3 bilhões, fazendo com que o total das perdas operacionais nos últimos três anos superasse US$ 10 bilhões.

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Esses números são horríveis, e é por isso que o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, não quer que os investidores prestem atenção neles.

Pelo contrário, ele quer que os investidores valorizem a força da sua “plataforma” em evolução que, segundo ele, um dia criará o maior ecossistema de transportes modernos, que incluirá seu serviço de contratação de corridas, seu negócio de entrega de comidas em franco crescimento, o Uber Eats, scooters elétricas, entrega de cargas, veículos autônomos e até mesmo carros voadores.

“Nosso sucesso contínuo será fruto de uma excelente execução e da força da plataforma que trabalhamos tanto para construir”, afirmou Khosrowshahi aos investidores em sua carta, anexada ao registro.

Essa ambição parece ser impressionante, e a Uber pode recompensar seus investidores no longo prazo, mas achamos que suas ações estão caras, com seu IPO precificado no nível intermediário da faixa de US$ 44 e US$ 50 por ação, proposta pela Uber. Isso significa que suas ações seriam negociadas a um elevado prêmio de 6 vezes as vendas da companhia em 2019.

Não achamos que esse valuation seja interessante para os investidores no mercado secundário, especialmente quando o risco de venda imediata é alto.

Com seu IPO precificado no nível intermediário da faixa de US$ 44 e US$ 50 por ação, proposta pela Uber.

O desempenho da maior rival da Uber, a Lyft Inc. (NASDAQ:LYFT), que já abriu seu capital, é um bom indicador do que está por vir para as ações da Uber. Depois de disparar em sua estreia em 29 de março, a Lyft, desde então, perdeu mais de 25% do seu valor.

Mesmo se estivermos dispostos a ignorar os riscos dos negócios da Uber, comprar ações no mercado secundário logo após um IPO raramente é uma aposta lucrativa. “IPOs podem ser um investimento atraente se você conseguir uma alocação, mas se torna muito menos interessante se você comprar no mercado secundário”, afirmou o diretor de alocação de ativos da UBS, Jason Draho, em uma nota no mês passado.

Mais de 60% dos mais de 7.000 IPOs de 1975 a 2011 tiveram resultados absolutos negativos após cinco anos de seu primeiro dia de negociação e apenas uma pequena quantidade gerou retornos extremamente positivos, escreveu Draho, usando dados do professor Jay Ritter, da Universidade da Flórida.

Resumo

O IPO da Uber oferece uma boa oportunidade para ter um pedaço de uma empresa que está no centro da revolução nos transportes, mas não acreditamos que comprar suas ações após o início da sua negociação seja uma boa ideia. É melhor esperar pelo menos seis meses para ver como o papel se sai e o que os resultados trimestrais da empresa revelarão. São grandes as chances de você conseguir um preço melhor depois que toda a euforia acabar.