Comprar ou vender?

Vale a pena investir no setor imobiliário na Bolsa? Analista responde

26 jan 2017, 20:08 - atualizado em 05 nov 2017, 14:08

As ações do setor imobiliário dispararam no início de 2017 e levantaram dúvidas sobre a real sustentabilidade deste rali. Afinal, o setor é conhecido por, em crises longa, ser o primeiro a piorar e o último a melhorar. O índice Imobiliário (IMOB) acumula alta de 17% no ano, acima dos 10% do índice referência Ibovespa. Mas a valorização salta aos olhos mesmo quando se vê desempenhos individuais.

A PDG Realty disparou impressionantes 188% e os papéis da Rossi cerca de 180% apenas em janeiro. “Vimos uma entrada muito forte de capital estrangeiro neste mês e o setor está subindo como um todo. Até papéis de menor qualidade estão subindo, mas não há motivos para as muito alavancadas PDG e Rossi subirem tanto”, afirma o analista-chefe da Planner Corretora, Mário Roberto Mariante, em entrevista ao Money Times.

Segundo ele, a recessão econômica pesou mais forte sobre o setor, que sofreu com a perda da capacidade de renda do comprador e com o desemprego, além dos juros muito altos e distratos elevados. “Há ainda um volume muito grande de estoques para serem desovados”, explica.

Parte da euforia dos investidores pode tentar ser explicada pelo ritmo mais forte do que o esperado para o corte nos juros implementados pelo Banco Central, que elevou as reduções de 50 pontos-base para 75 pontos-base em sua reunião de janeiro. Mariante ressalta, contudo, que o reflexo disso ainda vai demorar pelo menos mais seis meses. “O mercado não vai virar comprador de uma hora para outra”, pondera.

O que vale a pena?

Mariante recomenda a comporá das ações da Cyrela e Eztec, além de gostar bastante dos papéis da MRV e Even.

“A MRV é a única empresa que se saiu muito bem com o foco na baixa renda. Ela conseguiu fazer grandes quantidades de imóveis e conseguiu entregar. A empresa apresentou uma boa prévia para o quaro trimestre. Apesar de uma desaceleração por aprovações de projetos, ela conseguiu reduzir a sua dívida ao longo dos anos”, explica.