Vale a pena investir no exterior ou não? Confira a opinião de analistas
O investimento no exterior torna-se cada vez mais popularizado por ser uma ótima estratégia para a diversificação da carteira. Contudo, há alguns cuidados que especialistas levantam, deixando a pergunta no ar: vale a pena investir nos mercados lá fora?
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Diversificar a moeda na carteira de investimentos e abrir um leque novo de opções no mercado são uma ideia que encanta diversos investidores.
Segundo o Banco Central (BC), os investidores brasileiros têm cada vez mais direcionado mais recursos para investimentos internacionais. Em 2023, os números chegaram a US$ 4,4 bilhões em relação aos resgates líquidos de US$ 142 milhões em 2022.
De acordo com Ian Caó, CIO da Gama Investimentos, é possível investir internacionalmente por meio de plataformas e com ativos listados.
Caó também citou outra alternativa, que é a HMC, via First Trust. “Eles [HMC] trabalham com a distribuição de uma plataforma de ETFs, que é uma das formas de acessar esse tipo de estratégia internacional. Aqui na Gama, o que a gente faz é procurar a gestão ativa, fazendo produtos locais que acessam veículos internacionais”, acrescentou.
Apesar de parecer mais complicado investir fora do país, a burocracia por trás não é assustadora. Segundo Caó, o procedimento é igual a de qualquer fundo de investimento local, onde você tem que abrir um canal em uma plataforma ou fazer seu cadastro em um administrador do fundo.
“Os outros canais, eles envolvem um pouco mais de trabalho. Você tem que abrir uma conta na corretora lá fora. Ainda que isso tenha evoluído muito, você tem players aí que buscam justamente facilitar esse acesso”, destacou.
Benefícios de investir no exterior
A diversificação em moedas é um dos grandes benefícios para o investimento no exterior, de acordo com Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research.
“Analisando no longo prazo, as moedas de mercados emergentes como o real tendem a perder o seu poder de compra mais significativamente do que as divisas mais tradicionais como o dólar — por conta dos maiores níveis de inflação observadas nos emergentes do que nos desenvolvidos”, afirmou.
Além disso, os investimentos internacionais proporcionam opções em setores que não estão disponíveis no Brasil. “Muitos investidores também preferem, ao investir diretamente no exterior, ter parte dos seus recursos em outras jurisdições para reduzir o risco de alguma intervenção por parte de governos”, disse Pacheco.
Para Ian Caó, “é fundamental que os investidores que estão começando, ou mesmo os mais experientes, tenham acesso a toda informação possível sobre os produtos, classe de ativos, volatilidade e dimensões que são relevantes para a decisão de investimento”.
Desvantagens
Investir lá fora também tem seu lado negativo. A grande desvantagem é ter de ficar atento aos custos envolvidos no investimento no exterior — caso o investidor tenha uma conta em uma corretora americana, ele tem que ver como enviar recursos e os custos para realizar as transações.
Além disso, a variação cambial é um fator importante para levar em conta. “Apesar de entender que no longo prazo o dólar tende a se valorizar frente ao real, em períodos menores, podemos observar o contrário (real se valorizando frente ao dólar), o que reduziria o retorno (em reais) do investimento no exterior”, destacou Enzo Pacheco.
Com o dólar se valorizando ante o real, caso o investidor decida aplicar, por exemplo, R$ 5 mil (com o dólar no valor de venda a R$ 5), o total será de US$ 1 mil. Caso o investidor obtenha um retorno de 10% em dólar ao final de um ano, desconsiderando custos e novos aportes, ele teria US$ 1.100.
Nesse caso, se o real estiver no mesmo valor, o investidor terá um saldo de R$ 5.500. Contudo, caso a moeda tenha se desvalorizado (como R$ 4,50 no valor de venda), o investidor ficará com R$ 4.950, tendo prejuízo.
“O investidor que pretende investir no exterior também tem que ficar atento ao imposto sobre herança para valores acima de US$ 60 mil, podendo ser mais interessante outras estruturas (mas normalmente voltado para investidores de maior renda por conta dos custos envolvidos)”, finalizou.