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Vai ou racha? Entenda a ‘bagunça’ da Petrobras (PETR4) dos últimos dias

08 abr 2024, 21:15 - atualizado em 08 abr 2024, 21:34

 

Petrobras
(Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Petrobras (PETR3;PETR4) está, de novo, no olho do furacão. Nos últimos dias, uma série de notícias se entrelaçaram. A primeira é a possível queda do presidente da empresa, Jean Paul Prates. Prates comanda a petroleira desde o início do governo Lula, em 2023, e ganhou a confiança do mercado ao administrar a empresa de maneira mais pragmática.

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Porém, alas do governo estariam insatisfeitos com a sua atuação. Em outro front, cresce a expectativa para que a empresa pague, pelo menos, parte dos dividendos extraordinários. Tudo isso fez com que o papel operasse com forte volatilidade, a despeito da disparada do petróleo.

Apesar das notícias negativas, a ação conseguiu se segurar e acumula alta de 2,14% nas últimas cinco sessões. Veja a seguir os principais pontos que explicam essa enxurrada, nem sempre positivas, de notícias sobre a Petrobras.

1 – Entrevista de Alexandre Silveira

Todo o imbróglio começou quando Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, admitiu que possuia divergências com Prates em entrevista à Folha de S.Paulo.

Questionado se Prates está fazendo um bom trabalho, Silveira se limitou a dizer que “a avaliação da gestão do presidente da Petrobras eu deixo a cargo do presidente da República”.

Na entrevista, Silveira também deixa claro que “não abre mão de sua autoridade nas discussões”.

“O dia em que você abre mão por um segundo da sua autoridade você nunca mais recupera. Então, a autoridade que me é delegada — e autoridade não é arrogância— eu não transigirei em executar”, afirmou

A entrevista foi suficiente para que, no dia seguinte, Prates pedisse uma reunião com Lula para tratar do assunto, segundo a Folha. O jornal chegou informar que Prates estaria estudando ‘deixar o cargo’ após a fritura.

Porém, horas depois, Prates desmentiu e chegou a fazer piada com o fato.

2 – Briga não é de hoje

O desentendimento entre Prates e membros do governo não é novidade e ficou ainda mais evidente após a não distribuição de dividendos extraordinários.

O G1 lembra que houve divergência já em junho do ano passado. Os dois teriam ‘batido cabeça’ em relação ao gás natural einjetado pela Petrobras.

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Outras discordâncias diziam respeito à política de preços da empresa.

Porém, foi com a distribuição de dividendos que o embate ficou mais intensivo. Enquanto Prates gostaria de pagar, pelo menos, 50% dos dividendos, membros do governo foram a favor de segurar completamente os proventos, o que prevaleceu.

Prates temia, justamente, a reação negativa dos mercados. No dia, a ação chegou a despencar mais de 10%.

3 – Dividendos extraordinários da Petrobras

No mesmo dia 4, surgiu a notícia de que a Petrobras poderia pagar 100% dos dividendos. Até o momento, ganha força a versão de que a empresa poderá pagar 50%. Tudo, claro, será decidido na reunião do conselho, que deverá ocorrer no dia 25 de abril.

Nesta sessão, segundo João Abdouni, da Levante Corp, o papel subiu em função de algumas falas de Fernando Haddad.

Apesar de ter dito que a decisão sobre a distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas cabe à empresa, o ministro disse que a discussão está bem encaminhada.

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É esperado que o ministro defenda o pagamento de, pelo menos, 50% dos dividendos extraordinários, que ajudará o governo a fechar as contas.

Se pagar 100%, no entanto, o governo pode conseguir R$ 12 bilhões a mais em suas contas até o meio do ano.

Esse montante equivale aos 20% que o Tesouro Nacional teria direito como acionista majoritário da Petrobras, sendo que a companhia deve pagar mais de R$ 60 bilhões aos seus acionistas até o fim de junho.

4 – Aloizio em campo

Um dos cotados a assumir é Aloizio Mercadante, nome avaliado negativamente pelo mercado. Segundo a Reuters, inclusive, Mercadante chegou a telefonar para o presidente da Petrobras após ter sido sondado pelo Planalto.

“Os dois conversaram sim, tom amistoso”, disse uma das fontes.

“A conversa foi ótima entre eles, mas o que ele (Mercadante) disse foi o seguinte: não quer ir, mas iria se não tivesse jeito”, adicionou uma segunda fonte.

“Mercadante é um nome que o mercado entende como sendo da ala um pouco mais radical do PT. Ao menos a história política dele mostra isso, o que naturalmente não seria bem visto, bem aceito pelo mercado”, coloca Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed.

Para ele, Mercadante não é um nome bem-visto, não tem capacidade nem técnica, nem política para estar à frente de uma empresa do tamanho da Petrobras.

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