Vai mudar o rumo? Banco do Brasil (BBAS3) sobe e acumula 7% desde mínimas à espera de balanço

Após derreter, o Banco do Brasil sobe antes do balanço. Nesta sessão, BBAS3 exibia alta de 2,18%, a R$ 19,7. Desde 1º de agosto, quando encostou na mínima do ano, a ação já salta 7%.
Apesar da expectativa de números fracos, os mercados não descartam alguma surpresa.
Segundo uma pesquisa realizada com 33 investidores pelo Safra, uma ampla maioria (88%) dos entrevistados acredita que a expectativa de um trimestre fraco não está precificada.
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“Há uma visão de que o mercado não precificou totalmente os resultados, o que em teoria abre espaço para reprecificação, seja para cima ou para baixo”.
O tamanho do pessimismo também pode fazer o tiro sair pela culatra: qualquer surpresa positiva no guidance ou no lucro geraria uma alta relevante, embora isso seja visto como uma probabilidade baixa.
Com mau-humor já forte, um resultado apenas moderado ou levemente fraco teria impacto limitado nas ações, a menos que prejudique de forma relevante a perspectiva de médio prazo — “especialmente em relação à qualidade dos ativos e à solvência”.
Em seu perfil no X, a CM Capital diz que o preço descontado do BB ante histórico recente e pares pode acender reprecificação a qualquer sinal de melhora.
“Números de crédito, provisões e serviços podem mudar o humor rapidamente: direção do guidance importa mais que o passado”.
O fluxo técnico também pesa no dia do resultado: quem estava vendido pode estar zerando antes do fato, afirma.
Guidance no centro das atenções
Além dos resultados em si, os analistas estarão de olho mesmo no guidance (projeções).
No primeiro trimestre, a piora da inadimplência do agro junto com as novas regras da CMN (Conselho Monetário Nacional) jogaram a provisão para as alturas, obrigando o BB a pausar algumas linhas.
Agora, a expectativa é que o banco revele as novas projeções considerando a piora do cenário.
Mas não só isso. Analistas também avaliam que o BB irá cortar a projeção de payout, parcela do lucro distribuído para o acionista.
Segundo a pesquisa do Safra, os investidores indicaram que os gatilhos mais importantes para assumir uma posição comprada seriam:
- percepção de que os resultados trimestrais atingiram o fundo do poço;
- melhora na qualidade dos ativos.
Apesar disso, os investidores locais esperam um guidance que traga ponto médio de R$ 20 bilhões no lucro de 2025, cerca de 25% abaixo do consenso do sell side.
Se isso se confirmar, o Safra não descarta reação negativa do mercado, já que a revisão consequente de lucros poderia frustrar:
- investidores individuais, que têm sustentado fortes entradas líquidas no papel (R$ 5,5 bilhões desde o primeiro trimestre) na estratégia compre na baixa;
- investidores estrangeiros, que consideraram a retirada do guidance muito negativa — e foram os principais vendedores líquidos no mesmo período, segundo dados da B3 — “e que, acreditamos, tendem a reagir de forma mais intensa a fatos relevantes”.
O que esperar do resultado?
De acordo com a pesquisa, o consenso implícito para o lucro líquido (ajustado por extremos) está em R$ 3,55 bilhões, com desvio-padrão relativamente baixo de R$ 640 milhões.
A maioria das respostas (63%) está na faixa de R$ 3,0–R$ 4,0 bilhões, sendo que 36% concentram-se entre R$ 3,0–R$ 3,5 bilhões.
Apenas 4% projetam resultado acima de R$ 4,5 bilhões, enquanto 18% esperam lucro abaixo de R$ 3,0 bilhões — o que indica viés claramente negativo.
Segundo os analistas do Bradesco, Marcelo Mizrahi e Renato Chanes, o índice de inadimplência pode continuar a se deteriorar.
Casa | Lucro líquido 2T25 (R$ bi) | ROE (%) |
---|---|---|
BTG | 5 | 11,1 |
Genial | 5,10 | 11,1 |
Safra | 4,65 | 10,0 |
Goldman Sachs | 5,00 | 11,0 |
Itaú BBA | 5,30 | 11,0 |