Vai continuar o rali? Ibovespa tenta se descolar do exterior. Balança comercial da China, PIB da zona do euro, privatização da Sabesp e outras notícias podem afetar a corrida; confira
A evolução da linguagem e a incorporação de estrangeirismos é um tema fascinante. Enquanto uns repelem neologismos e a adaptação de palavras importadas de idiomas alheios, outros os abraçam de modo efusivo.
Um desses termos é o “rali”. Durante décadas, um rali era apenas uma competição automobilística. Rali Paris-Dacar, Rali dos Sertões e tantas outras corridas famosas ao redor do mundo.
Na imprensa internacional, o termo “rally” já é usado há décadas para noticiar a alta acentuada de um ativo ou índice financeiro. De uns anos para cá, os jornalistas que cobrem finanças renderam-se ao rali.
O uso da palavra aumenta bastante no último trimestre de cada ano. Isso porque os investidores meio que já se acostumaram com o “rali de fim de ano”. Desde 1999, o fenômeno ocorre em dois de cada três anos, segundo levantamento da Empiricus.
Neste ano, quando outubro terminou, tudo apontava para aquele “ano-não”. O Ibovespa apresentou a pior rentabilidade entre todos os investimentos naquele mês. Em novembro ocorreu o contrário. A bolsa alçou voo e foi o melhor investimento do período.
Agora a dúvida é se o rali teria continuidade ou não em dezembro. A bolsa vem patinando nesses primeiros dias do último mês do ano. Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 1%.
Levando-se em consideração que, no automobilismo, o rali é uma competição estagiada e leva mais em consideração a regularidade do que a velocidade, o cenário ainda está aberto.
É importante observar que, no geral, os ativos brasileiros têm acompanhado bastante os movimentos observados nos mercados internacionais.
Um dos entraves para o Ibovespa ontem foi o recuo do petróleo, que hoje se recupera das fortes perdas da véspera. O minério de ferro, outra commodity importante para o índice, também opera em alta hoje.
A ver se isso será suficiente para que o Ibovespa se descole do sinal vermelho para os ativos de risco observados hoje lá fora.
As bolsas internacionais reagem negativamente ao resultado da balança comercial da China e ao PIB da zona do euro.
No entanto, a repressão policial a manifestantes contrários com bombas de gás e spray de pimenta dentro da Alesp levou a oposição a deixar o plenário. Agora, os deputados contrários avaliam contestar judicialmente a realização da sessão.
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O que você precisa saber hoje
FII DO MÊS
O fundo imobiliário que “lucra” com as compras de Natal é o favorito das corretoras para dezembro; confira os FIIs recomendados por 12 casas. É a quarta vez consecutiva que este FII é o escolhido dos analistas; veja por que ele não sai do posto de favorito.
GESTORA DE R$ 11,9 BILHÕES
HGLG11 sob nova direção: UBS confirma venda de gestora de fundos imobiliários do Credit Suisse ao Pátria. O valor da transação não foi informado, mas, segundo informações da imprensa, o Pátria pagou um preço alto para vencer uma concorrida disputa.
ERA UMA VEZ UM GIGANTE
O dia do acerto de contas chegou? A previsão do FMI para a China coloca a segunda maior economia do mundo em xeque. A chefona do Fundo apresentou nesta quarta-feira (6) uma projeção de crescimento para Pequim, mas fez uma ressalva importante.
DESPESAS DE INÍCIO DE ANO
IPVA 2024 em São Paulo: o calendário começa em 11 de janeiro; veja quando vence o imposto do seu carro, de acordo com a placa. O governo do estado divulgou nesta quarta (06) o calendário de pagamento do IPVA 2024; veja as datas de vencimento para cada tipo de veículo e placa.
MAIS UM PROCESSO NA LISTA
Devant, gestora do fundo imobiliário DEVA11, entra na Justiça para suspender waiver para títulos da Gramado Parks que deram calote em FIIs. Segundo a gestora, houve irregularidades nas assembleias que concederam a carência de pagamento aos títulos.
PANORAMA
Nem o Minha Casa Minha Vida salva: PIB da construção frustra expectativas e setor vê veto de Lula como ameaça em 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor registrou queda de 3,8% no terceiro trimestre, segundo dados do IBGE.
O FAROL DA B3
O pior já passou? Investimento bilionário pode ser a luz verde para essa queridinha da bolsa brasileira. Analistas se animam com o aporte anunciado na terça-feira (5), mas se dividem quando o assunto é comprar o papel agora.
VEJA QUEM TEM DIREITO
Tem ações da Cyrela (CYRE3)? A construtora anuncia milhões em dividendos; PetroRecôncavo (RECV3) pagará R$ 160 milhões em JCP. A companhia aprovou o pagamento de R$ 125 milhões aos investidores, ou R$ 0,3334039225 por ação ordinária.
EM QUEDA
Faltou combustível? O petróleo engasga o rali do Ibovespa e derruba ações da Petrobras (PETR4) na B3. Os contratos mais líquidos da commodity recuam quase 4%, em meio às incertezas sobre a oferta do óleo e preocupações sobre a demanda da China.
TURBULÊNCIA FINANCEIRA
A Gol (GOLL4) pode dar calote? Agência de risco rebaixa nota após empresa aérea contratar consultoria para negociar dívida. Pressão no fluxo de caixa resulta num perfil de dívida insustentável para a Gol, apesar da melhoria do desempenho operacional, segundo a Fitch Ratings.
PEGA!
Operação conjunta com 245 agentes atinge Grupo Restum sob suspeita de mais de R$ 3 bilhões em fraude fiscal. O grupo é dono de marcas famosas como a Polo Wear, Planet Girls e outras grifes que se espalham pelo país em mais de 200 lojas.
A IMPORT NCIA DO PREÇO
A BRF (BRFS3) já disparou 75% na bolsa em 2023 — mas esse bancão está menos otimista com a dona da Sadia; ação lidera quedas na B3. O JP Morgan rebaixou a recomendação para os papéis do frigorífico de “compra” para “neutro”, apesar de enxergar uma melhora operacional na empresa; entenda.
Uma boa quinta-feira para você!