Vagas de trabalho nos EUA caem 1,5% semana a semana com coronavírus, aponta Glassdoor
O estudo mais recente do Glassdoor revelou que as vagas de emprego nos Estados Unidos estão diminuindo semana a semana por conta do coronavírus – tendência que pode assumir níveis globais.
De 6 a 13 de março, as oportunidades do mercado de trabalho norte-americano caíram 1,5%, revertendo a trajetória de crescimento constante nos dois primeiros meses de 2020.
“Houve um aumento das vagas de emprego no início de 2020, o que oferece ao mercado de trabalho alguma proteção contra uma desaceleração induzida pelo surto de covid-19. No entanto, uma queda prolongada representaria um risco a longo prazo para o mercado de trabalho e para a economia em geral”, afirma Daniel Zhao, economista-sênior do site de recrutamento.
Em um primeiro momento, a queda pode parecer pequena, mas o especialista destaca que o declínio semanal de 1,5% é equivalente à redução de 89 mil vagas. Caso isso continue se repetindo nas próximas quatro semanas, serão 356 mil oportunidades a menos disponíveis nos Estados Unidos.
Vagas por setor
As vagas de emprego ligadas a viagens e turismo caíram drasticamente. Por cautela e restrições no setor, houve retração de 17,7% no número de aberturas.
Em artes e entretenimento, as oportunidades caíram 4,6% com o cancelamento de shows e o fechamento de parques temáticos.
Restaurantes e bares, assim como as empresas de varejo, também apresentaram queda, embora não a nível acentuado. Segundo o Glassdoor, esses setores ainda não sentiram um impacto imediato, mas a situação pode piorar com as restrições impostas pelos governos locais.
O setor de transporte e logística, por sua vez, se recuperou bem. O crescimento registrado de vagas é de mais de 12%, influenciado pela necessidade de mais trabalhadores para lidar com o aumento de pedidos online.
“Em tempos de rápida mudança, os dados do Glassdoor sugerem que o mercado de trabalho está desacelerando, mas não está em queda. No entanto, se o declínio nas ofertas de emprego continuar à medida que o surto se agrava, é possível uma desaceleração mais dramática”, concluiu Zhao.