Vacinação atrasada será sinônimo de safra em perigo. Entenda como
Como a vacinação em massa no Brasil, se atrasando, pode descambar em problemas para as culturas que mais demandam recursos para viabilização das safras, a soja e o milho?
Não chegando dinheiro em espécie e em trocas de insumos do exterior para o custeio da produção, com também os bancos brasileiros sem cobertor para suprirem o mercado, já que os investidores estarão despejando recursos nas nações com processos mais adiantados de imunização.
Vacina virou espécie de avatar para as economias.
O Reino Unidos já anunciou o início da vacinação contra a covid-19, os russos também, como a China, e os Estados Unidos estão com a decisão pronta se o atual presidente quiser autorizar já, entre outros. Países que deverão receber recursos de investidores, enxugando o disponível para outros mercados.
Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, pergunta: “como a pandemia vai ficar por aqui (mundo) bom tempo, os recursos estarão disponíveis para economias que ofereçam um pouco mais de garantias de crescimento”.
Por isso, pede ele, tem que acabar a “guerra das vacinas” – enredo de Jair Bolsonaro e João Doria, em torno da Coronavac – e a Anvisa e o governo precisam ser ágeis na liberação e compras dos antídotos que estiverem disponíveis.
A economia brasileira precisa girar, sem o qual faltará dinheiro para o plantio do milho safrinha (de inverno) e da soja 21/22, além do resto dos setores privados e públicos, que sairão com um PIB 5% menor em 2020, no mínimo.
Brandalizze calcula que a soja e milho necessitem de US$ 25 a US$ 30 bilhões de recursos do mercado privado, “se não inviabiliza qualquer safra”, que chegam na forma de troca de insumos antecipados sob aval das matrizes dos grandes grupos internacionais, e também para os bancos.
O sistema financeiro, por exemplo, poderia ocupar o buraco que o Plano Safra vai deixando – e deverá ser maior em 2021 diante do arroxo fiscal que os gastos de 2020 vão impor -, inclusive porque o custo do dinheiro está até maior que o custo da captação a taxas livres, com as seguidas quedas da Selic.
Mas sem oxigênio, essa vantagem desaparece, como desapareceu este ano.