Vacina da Moderna oferece proteção por pelo menos 6 meses com eficácia de 93%
Por Robert Langreth
Com resultados trimestrais acima das expectativas, a Moderna disse que sua vacina contra a Covid-19 mostrou 93% de eficácia ao longo de seis meses depois da segunda dose.
Uma análise final do estudo em estágio avançado da empresa, divulgada em comunicado na quinta-feira, sugere que a proteção da vacina permanece estável por muito tempo depois da imunização completa com as duas doses. O nível de eficácia de 93% é ligeiramente inferior à taxa inicial de 94% do imunizante mostrada em estudos.
A preocupação de que a eficácia das vacinas contra a Covid-19 possa diminuir gera a expectativa de doses de reforço, e alguns países começaram a oferecer uma terceira dose a pessoas vulneráveis. No entanto, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu o adiamento de tais medidas na quarta-feira até que mais pessoas de países em desenvolvimento sejam vacinadas. A recomendação pode limitar o alcance da vacina da Moderna, chamada Spikevax.
Os dados de eficácia mais recentes da Moderna não foram publicados em uma revista médica e mais detalhes não foram divulgados. Apesar da resistência aparente de seu imunizante, a Moderna estuda opções de doses suplementares que poderiam combater novas cepas do vírus.
Todas as três candidatas a vacinas de reforço da empresa produziram “respostas robustas de anticorpos” contra a delta e outras variantes preocupantes em estudo com humanos em fase 2, disse a Moderna no comunicado. As vacinas de reforço estão sendo testadas com uma dose de 50 microgramas, ou metade da quantidade usada atualmente. Esses dados foram submetidos a uma revista para publicação, disse a empresa.
Aprovação
A Moderna, com sede em Cambridge, Massachusetts, também espera concluir o pedido de aprovação completa para sua vacina à agência FDA neste mês.
A agência já analisa o pedido do imunizante de RNA mensageiro da Pfizer e BioNTech, a mesma tecnologia usada pela Moderna. A FDA está sob pressão para concluir o processo rapidamente. Com a variante delta causando nova onda de casos, alguns argumentam que a aprovação completa poderia ajudar a convencer mais pessoas a se vacinarem.
A Moderna, que lucrou pela primeira vez início do ano, teve lucro líquido de quase US$ 2,8 bilhões no trimestre encerrado em 30 de junho, com receita de US$ 4,4 bilhões, quase todos provenientes de sua vacina contra a Covid-19.
A empresa disse no comunicado que assinou US$ 20 bilhões em contratos de compra de sua vacina contra a Covid-19 para 2021, acima dos US$ 19,2 bilhões anunciados em maio. Para 2022, já assinou acordos de US$ 12 bilhões em vendas de vacinas com opções para mais US$ 8 bilhões. A Moderna não aumentou a previsão de que produzirá de 800 milhões a 1 bilhão de doses de seu imunizante este ano.