Vacas “reativas” emitem mais metano e produzem menos leite
A preocupação com a emissão de gases de efeito estufa e o aquecimento global vem se destacando como preocupações latentes à agropecuária brasileira.
O temperamento interfere no metabolismo da vaca, influenciando a emissão do gás metano entérico, um dos principais causadores do efeito estufa.
Essa é a conclusão de pesquisa da Embrapa Gado de Leite (MG) em parceria com o Departamento de Zoologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
A pesquisa demonstra que vacas cujo temperamento é mais reativo à presença humana e à ordenha, produzem menos leite.
Segundo as pesquisadoras que conduziram o trabalho, mudanças climáticas e produtividade tornaram-se dois grandes argumentos para a adoção do manejo racional, prática que começa a ser utilizada com sucesso entre produtores que têm vacas das raças Gir Leiteiro e Girolando em seus rebanhos.
“Outro argumento já conhecido na prática pelos produtores que adotam a técnica é a melhora no manejo dos animais, facilitando o trabalho de condução do gado, evitando acidentes e o descarte das vacas mais reativas”, relata a pesquisadora da Embrapa Mariana Campos, que coordenou a pesquisa no Complexo Multiusuário de Bioeficiência e Sustentabilidade da Pecuária, na Embrapa em Coronel Pacheco (MG).
As pesquisas da Embrapa e da UFJF mostram que os bovinos leiteiros mais reativos chegam a emitir quase 40% a mais de metano entérico por quilo de leite, quando comparado às vacas mais calmas.
A produção de leite também foi medida e, ao se realizar ensaios de digestibilidade e respirometria (em câmaras respirométricas), verificou-se que as mais reativas destinaram 25,24% menos energia líquida para a lactação, enquanto as mais calmas, que ruminam mais na sala de ordenha alocaram 57,93% mais energia líquida para a produção de leite.
Com informações da Embrapa