Uso de frota da Airbus acentua recuperação desigual do setor aéreo
Um quadro do uso de aviões da Airbus mostra uma recuperação inicial ainda dependente da China e desafios contínuos para aeronaves de grande porte à medida que companhias áreas se ajustam à falta de demanda.
Dos 10.404 aviões Airbus em frotas globais, quase dois terços voaram pelo menos uma vez nos últimos cinco dias, de acordo com boletim de 24 de agosto enviado pela fabricante europeia a operadoras e empresas de manutenção.
O restante – mais de 3.600 aviões – não havia voado, um sinal do excesso de oferta que a Airbus e a rival Boeing ainda enfrentam com seis meses de pandemia de coronavírus.
Os números ajudam a entender os contornos de uma recuperação desigual, que mostra retomada das viagens na China enquanto o resto do mundo continua parado. E, mesmo com outros setores da economia global em recuperação, as viagens aéreas continuam mergulhadas em uma crise que se mostra difícil de superar.
Sem incluir a China, mais de 40% da frota global da Airbus está parada, com base nos números do boletim que não incluiu seu menor jato, o A220. A China representa quase 25% da produção de aeronaves comerciais da fabricante com sede em Toulouse, na França.
“É muito importante para a Airbus e a Boeing direcionarem as entregas para a China neste ano particularmente fraco”, disse George Ferguson, analista da Bloomberg Intelligence. A demanda pode melhorar em 2021, “mas agora parece que até mesmo o primeiro semestre terá frotas estacionadas na maioria das regiões”.
Um porta-voz da Airbus disse que o boletim confirma que aeronaves modernas e econômicas estão liderando a recuperação e mostra a eficiência das equipes da empresa no apoio aos clientes.