Uso de etanol no Brasil evitou emissão de 556 mi t de CO2 desde 2003, diz Unica
O uso de etanol no Brasil evitou a emissão de mais de 556 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera entre março de 2003, quando foi lançada a tecnologia flex, e abril deste ano, indicou pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O volume é equivalente às emissões anuais somadas de Argentina, Venezuela, Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai, disse a Unica, que realizou o levantamento com base na metodologia de aferição de emissões estabelecida pelo RenovaBio e em dados publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
As cifras levam em conta tanto o consumo de etanol hidratado, a versão comum do biocombustível comercializada nos postos, quanto de etanol anidro, utilizado na mistura obrigatória à gasolina no país.
A entidade destacou que o etanol proporciona uma redução de até 90% na emissão de gases de efeito estufa em relação à gasolina.
Além da produção direta do combustível, a cadeia também utiliza seus subprodutos para geração de bioeletricidade.
A cana-de-açúcar é a principal matéria-prima do biocombustível no Brasil, embora haja também uma ascensão da indústria de etanol de milho no país.
O Brasil produziu 35,6 bilhões de litros do biocombustível na temporada 2019/20, segundo dados da associação.
“No Brasil, como em nenhuma parte do mundo, temos uma madura indústria de combustíveis renováveis, que vem contribuindo ano após ano para a redução da emissão de gases de efeito estufa”, disse em nota o presidente da Unica, Evandro Gussi.
“A pandemia da Covid-19 reforçou a urgência de tomarmos medidas efetivas de combate às mudanças climáticas”, acrescentou.
A cana-de-açúcar responde por 19,1% de toda a oferta primária de energia no país, e por 39,5% de toda a energia renovável, completou a associação, citando dados da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Alguns países, como a Índia, têm buscado fomentar o uso de etanol para reduzir emissões.
O país asiático antecipou de 2025 para 2023 a possibilidade de empresas de combustível venderem gasolina contendo 20% de etanol (E20), de acordo com corretores e uma publicação no diário oficial do país nesta quarta-feira.