Uso de dinheiro móvel aumenta na África em meio à pandemia
O crescente setor bancário móvel da África ganhou novo impulso. Governos expandem pagamentos por meio de telefones, uma medida destinada a conter a propagação de coronavírus, reduzindo a troca física de dinheiro.
O Quênia está aumentando o uso de plataformas tecnológicas oferecidas pela M-Pesa, da Vodafone, Airtel Kenya e Telkom Kenya desde o início da pandemia para desembolsar ajuda diretamente a empresas e indivíduos que usam dinheiro móvel, em vez de recorrer a bancos ou cestas básicas.
Na quarta-feira, Gana também começou a injetar estímulos para pelo menos 100 mil micro, pequenas e médias empresas que usam dinheiro móvel.
Lançado em 2007 pela Safaricom, da Vodafone, com sede em Nairobi, o dinheiro móvel se tornou parte indispensável de como 1,2 bilhão de pessoas na África pagam por bens e serviços, compram planos funerários ou pedem dinheiro emprestado, sem um smartphone.
Agora, a necessidade dos governos de encontrar uma maneira rápida e segura de enviar fundos durante a pandemia enfatiza o papel cada vez mais sistêmico do serviço.
“O dinheiro desembolsado pelo governo via M-Pesa mostra que alta integridade foi concedida à plataforma”, disse Tracy Kivunyu, analista da Tellimer em Nairobi.
Enquanto europeus têm evitado dinheiro e usado cartões por questões de higiene, algumas nações africanas carecem de infraestrutura para depender apenas do plástico.
Como as restrições ao movimento para conter as infecções por Covid-19 impedem que os clientes acessem dinheiro em espécie, mais pessoas estão recorrendo ao dinheiro móvel para preencher a lacuna. Depois que a quarentena parcial do Quênia começou em março, um milhão de novos usuários ingressou na M-Pesa, aumentando o número de assinantes para 25 milhões, ou cerca de 75% dos quenianos com mais de 15 anos.