Usinas seguem liquidando o hidratado sem preocupação com a entressafra; estoques folgaram
O tamanho da rejeição ao etanol hidratado nas bombas ajuda a dimensionar a folga que o biocombustível acabará tendo durante a entressafra esticada de cana-de-açúcar.
Em outubro as usinas controlaram a demanda com preços bem elevados, semanalmente, ainda que a procura se mostrasse baixa.
Desde o mês passado, se inverteu. Os preços passaram a recuar, também todas as semanas, para dar vasão ao produto, inclusive folgando os inventários da cadeia.
De 29 a 3, recuou mais 2,14% na origem, ficando em R$ 3,4594/l, de acordo com o Cepea, o que ajudou na queda de 1,5% nos postos, segundo a ANP.
Mas ainda está sem atração. Entrou outubro em torno de 70 a 72% de paridade com a gasolina e chegou a 82%, limando o pouco de competitividade que ainda restava, explica o CEO da CSA Trading, Martinho Ono.
Embora todo o ciclo Otto (motores a combustão) esteja deprimido, o hidratado foi o mais prejudicado, comenta o trader.
Na 1ª quinzena de novembro, as usinas e destilarias comercializaram 538,8 milhões/l, 32,09% a menos que no período correspondente a 2020 – os dados da Unica consolidando o mês não devem trazer alteração.
Em outubro, o tombo foi para 1,23 bilhão/l, 34,92% menor.
Como a SCA, o Grupo Triex também vê “zero preocupação” com o abastecimento, considerando as mesmas premissas acima, em comentário do responsável pela mesa de compra e venda, Paulo Strini.
Ele ressalva, ainda, que a queda, proporcionando algum fôlego no consumo final, não deverá mudar o quadro de inventários tranquilos para a travessia do período mais longo sem produção, até 1º de abril de 2022, quando começa o ciclo 22/23.