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Usinas “esticam” preços do etanol com volta das taxas federais e o imbróglio do ICMS

19 dez 2022, 12:44 - atualizado em 19 dez 2022, 12:55
Indústria de etanol
Usinas reduziram as baixas nas ofertas do etanol hidratado ao final da semana passada (Imagem: Saulo Cruz/Agência Câmara de Notícias)

O que o Cepea registrou de queda do etanol hidratado na semana passada não teria captado um movimento de alta que começou nas usinas na quinta e se estendeu na sexta.

Talvez por não ter sido um movimento uniforme a todas as unidades.

Mas a redução de 1,38% de segunda a sexta não correspondeu à realidade, notou o trader Martinho Ono, da SCA Trading.

Ele cotou preços das indústrias, antes de encerrar a semana, se protegendo, com “esticadas”, dos impostos federais que voltam a ser cobrados em janeiro, que darão mais desvantagens à gasolina, e das incertezas em relação ao ICMS, após o acordo entre estados e União no Supremo Tribunal Federal (STF).

Se a queda, portanto, deve ter sido menor do que a pesquisada pelo instituto da Esalp/USP, nesta segunda os preços ofertados estão sendo mantidos ainda acima do visto na quarta, levantou a empresa de Ono.

Vale destacar que o preço diário do etanol nas distribuidoras conseguiu duas boas reduções nestes mesmos dias, enquanto na bomba o biocombustível registrou queda de 0,52%, bem abaixo da redução da gasolina. Esta ficou em média novamente menor que R$ 5 o litro.

Quanto aos impostos federais, PIS/Cofins e Cide, sobre os combustíveis, que foram zerados por Medida Prodivória (aprovada no legislativo) até dezembro, a volta da cobrança é automática a partir do dia 2 de janeiro,

Em relação ao imposto estadual, o acordo no STF mantém o ressarcimento pela União das perdas que os entes terão com a menor taxação, que ficou uniforme entre 17% e 18%, o que pode si só o mercado espera que o governo Lula volte a apresentar projeto de lei que reestabeleça os níveis anteriores.

Ainda que possa demorar para que aconteça – e se de fato for aprovado nas casas legislativas -, também o entendimento do STF de que a gasolina não é “essencial”, para ser mantida com alíquota igual à do etanol pesou na precificação, explicou Martinho Ono.