Usina falida (mas funcionando) de condenado na Lava Jato vai à terceira tentativa de venda
A Usina São Fernando moeu 1 milhão de toneladas de cana o ano passado. Nesta safra, planeja 600 mil. De diferente, é a que a empresa, que pertenceu à família de José Carlos Bumlai, condenado na Operação Lava Jato, é uma massa falida mas ainda em operação, e que agora vai para sua terceira tentativa de venda.
O edital de alienação já está no mercado e as consultorias Datagro e Agriplanning, responsáveis pelo negócio por mandato do administrador judicial, estão dando prazo até 26 de fevereiro para recebimento das propostas.
Por menos de R$ 200 milhões VPL (valor presente líquido) não serão aceitas propostas dessa unidade de Dourados (MS), cuja capacidade instalada de moagem é 4,5 milhões de toneladas de cana, e produção 330 mil/t de açúcar e 150 mil m³ de etanol anidro.
No teaser público de apresentação do negócio, não consta se a empresa, em falência desde 2017, cogera energia elétrica.
A São Fernando foi considerado um projeto ambicioso à época da sua inauguração, em 2009, que coincidia também com o boom da sucroenergia no Mato Grosso do Sul.
Mas durou pouco o fôlego. Já em 2013 a empresa de Bumlai – condenado a quase 10 anos em 1ª instância por corrupção e gestão fraudulenta -, e dos filhos entrou em recuperação judicial, e, sem conseguir sucesso na solvência, teve a falência decretada 4 anos mais tarde.
A atividade operacional ainda mantida pelo administrador pode ser um diferencial, segundo a Datagro e Agriplanning, pois assegura os salários, “em dia”, e evita a deterioração dos ativos físicos, como instalações e equipamentos.
No teaser público não há informações sobre ativos em terras da São Fernando.