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Usina eólica da Omega no Piauí vê peças despencarem de turbina

03 fev 2020, 16:21 - atualizado em 03 fev 2020, 16:21
energia eólica
As máquinas do complexo da Omega no Piauí, com 90 metros de altura, estão operacionais desde 2014 (Imagem: REUTERS/Vincent West)

Um parque eólico operado pela elétrica Omega Geração no Piauí teve uma de suas turbinas danificadas no domingo, quando peças da máquina despencaram de uma altura de quase 100 metros.

O incidente não deixou feridos, mas exigiu a paralisação da operação do aerogerador, fabricado pela espanhola Gamesa, informou a Omega em comunicado nesta segunda-feira, após questionamentos da Reuters.

Imagens que circularam por redes sociais mostram que a torre da turbina permaneceu no lugar, enquanto partes do equipamento, como pás e o rotor, caíram e despedaçaram-se no chão.

“Na tarde deste domingo, algumas peças se desconectaram de um de nossos geradores no município de Ilha Grande, no Piauí. A análise da ocorrência e a manutenção corretiva serão realizadas pela empresa responsável pelo serviço de manutenção do empreendimento e esperamos retomar a operação do referido aerogerador o mais breve possível”, afirmou a Omega em nota.

A companhia ainda minimizou a gravidade da ocorrência, que foi registrada menos de seis meses depois da queda de uma turbina eólica fabricada pela norte-americana GE em um dos parques da Omega no Maranhão, em setembro passado.

“Não houve maiores danos ao equipamento e sua estrutura”, afirmou a elétrica sobre o problema registrado nesta semana no Piauí, sem entrar em detalhes.

A Siemens Gamesa, empresa resultado das fusão dos negócios de energia eólica da espanhola Gamesa com os da alemã Siemens, não respondeu de imediato a um pedido de comentários sobre os danos à turbina no Piauí.

As máquinas do complexo da Omega no Piauí, com 90 metros de altura, estão operacionais desde 2014.

A Omega havia registrado em setembro do ano passado a queda de uma turbina eólica no parque Delta 6, que feriu um empregado que estava no local no momento.

Incidentes como o registrado no domingo não são usuais na indústria eólica, disseram à Reuters duas fontes do setor, que comentaram o caso sob anonimato, ao analisar imagens do parque afetado.

O caso não deve exigir a troca do aerogerador inteiro, mas a velocidade dos reparos dependerá principalmente da disponibilidade de equipamentos pela fabricante, disse à Reuters uma das fontes, ao elencar os danos visíveis na turbina.

“Caiu o rotor e mais o eixo, que é formado pelo ‘hub’ e pelas pás… não é normal cair um rotor assim, não é um acidente trivial”, disse a fonte.

Apesar do incidente, a torre que sustentava a turbina parece não ter sofrido danos, enquanto a “nacelle”, uma espécie de caixa onde ficam o gerador e outros dispositivos, pode ter ficado também intacto ou ter sofrido danos internos, disse uma segunda fonte.

“A nacelle está em cima da torre. A torre ficou em pé, aparentemente sem danos. A nacelle pode ter danos internos. Hub e pás no chão”, afirmou a segunda fonte.

“É possível que o conjunto (das peças) tenha caído integralmente… mas inclusive pode ser também que um componente tenha caído e gerado um problema aerodinâmico, levando à queda da estrutura”, acrescentou.

O complexo Delta, ao qual pertence a turbina que caiu, tem capacidade instalada total de 70 megawatts. Cada máquina tem 2 megawatts em capacidade.

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