Usinas do Paraná estão quase fazendo açúcar só para atender as fixações externas já acertadas
Sete usinas paranaenses iniciam suas operações de 2021 agora neste mês. As outras 13 largam a moagem da cana a partir de abril. E mais açucareiras nesta safra, como na última, vão trabalhar basicamente para atender os contratos externos já acertados.
A Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar) acredita em até 80% de fixação das exportações, do total previsto.
O estado deve embarcar 80% das 2,5 milhões de toneladas de produção de açúcar na safra 21/22, pelas planilhas de Miguel Tranin, o presidente da entidade.
Na ponta do lápis, 1,6 milhão/t já foram vendidas internacionalmente, com apoio dos preços que chegaram a picos em Nova York de 17 c/lp – nunca vistos em várias temporadas -, além do dólar sempre favorável, que foi o motor exportador praticamente exclusivo da safra passada.
Também alinhados ao ciclo passado, Tranin diz que das aproximadamente 3,5 milhões/t de cana de açúcar (em 600 mil hectares) que serão processadas, uma parte vai para 1,3 milhão de litros de etanol.
Por enquanto as associadas da Alcopar não reportam insegurança quanto ao volume estimado de biocombustível.
A intervenção na Petrobras (PETR4), com nomeação do general Joaquim Silva e Luna como CEO, deixou parte do mercado em suspense sobre o andamento da política de preços, especificamente, no caso do setor sucro, sobre a gasolina. O represamento, que já existe, do repasse mais integral dos ajustes do petróleo pode tirar competitividade do hidratado.
Os reajustes da gasolina estão assegurando reajustes do etanol na cadeia, segundo o executivo.
Se essa política vai seguir assim daqui uns meses, não se sabe.
Para a cadeia produtiva paranaense pouco alteraria, mesmo porque o grosso do etanol deverá ser performado no início de safra.