Sucroenergia

Usina de PE vai distribuir sobra de R$ 7,8 milhões e deixará a cana mais bem paga do Brasil

10 jun 2020, 14:14 - atualizado em 10 jun 2020, 14:43
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Partilha de sobras da usina pernambucana representará também estímulo para que outras unidades obtenham melhores resultados (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A Usina Coaf de Pernambuco está prestes a se tornar unidade brasileira que melhor remunerou os fornecedores pela cana. O preço médio pago pela cana foi de R$ 94,50 na safra findada em fevereiro e, agora, a assembleia (virtual) dos cooperativistas deve aprovar a partilha da sobra de caixa que elevará o total a R$ 145,51.

A diretoria da indústria, da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana, vai apresentar, segunda-feira (15), a proposta de distribuir R$ 9,10 por tonelada de cana, correspondente a R$ 7,8 milhões, proporcionais ao volume entregue por cada um dos pouco mais de 400 cooperados. O rateio se soma aos R$ 30 de bonificação já distribuídos.

A unidade de insumo da Coaf deverá oferecer R$ 200 mil de divisão.

Num momento em que a pandemia criou uma crise sem precedentes no setor sucroenergético, sem garantias de que vá melhorar significativamente até o início do próximo ciclo na região (setembro), e em plena entressafra – quando há necessidade de intensificar os tratos culturais da cana que vai ser cortada – o presidente da Coaf não duvida que a proposta vá ser aprovada.

Alexandre Lima, presidente, que não tem dúvidas de que a partilha juntará “a melhor remuneração pela cana no Brasil”, acredita que a ação interessa a todo o setor, por seu poder de incentivar usinas e cooperativas a obterem melhores resultados e remunerar melhor seus fornecedores.

A Usina Coaf faturou R$ 165 milhões e os bons resultados demonstram crescimento em apenas cinco safras, desde que a unidade de Timbaúba (Zona da Mata Norte) virou cooperativa após falência dos antigos proprietários.

Na safra 19/20, a cooperativa ampliou em 25,7% a sua moagem de cana, esmagou 845 mil de toneladas e, igualmente, cresceu em quase 30% a fabricação de etanol, atingindo o patamar de 73,5 milhões de litros. Além de comercializar 60 mil toneladas de bagaço de cana, produzir 7,7 milhões de litros de cachaça e entrar no segmento de álcool em gel e o líquido em 70º para participar do mercado consolidado com a pandemia.