Usiminas (USIM5) vai na contramão de Vale (VALE3) e sobe; bancos dizem que é hora de apostar na ação
Na contramão de Vale (VALE3) e outras ações do setor de mineração e siderurgia, a Usiminas (USIM5) engatava pregão de alta nesta terça-feira (20) fraca para o minério de ferro.
Enquanto os preços do minério de ferro caíram para o nível mais baixo em mais de três meses por preocupações persistentes com a demanda na China, as ações da Usiminas mostravam alta firme, beneficiadas por boas notícias do lado do mercado doméstico.
Por volta das 16h30, USIM5 subia 1,38%, a R$ 10,30.
O desempenho positivo vem após a elevação de recomendação pelo Goldman Sachs para compra, além do aumento de preço-alvo do Banco Safra.
Além da nova recomendação de compra, o Goldman Sachs aumentou o preço-alvo da ação, de R$ 8 a R$ 14. O time de análise do banco enxerga diversos gatilhos que devem permitir que a companhia feche o gap com os pares, incluindo:
- o ramp-up do novo alto-forno;
- trabalho contínuo nas coquerias; e
- reorganização dos ativos com um único grupo controlador, que tem uma história positiva de comandar ativos com eficiência em relação aos pares (no caso, a Ternium).
Além disso, completa o Goldman Sachs, a queda nos custos das matérias-primas dos picos atuais deve ajudar.
“Vemos um potencial de alta para o consenso do mercado sobre os resultados (Ebitda esperado pelo Goldman Sachs +33/34% acima do consenso da Bloomberg em 2024/25) e esperamos um re-rating das ações”, comentam os analistas.
- Itaúsa vai pagar bolada bilionária em dividendos e JCP; vale a pena investir na empresa para receber uma parcela? Confira a recomendação da analista Larissa Quaresma no Giro do Mercado desta terça-feira (20):
Mercado deve se surpreender com Usiminas
Segundo o Goldman Sachs, a melhora de custos após a reforma de seu alto-forno é um fator positivo dentro da tese.
Com o fim da renovação de um dos maiores alto-fornos da Usiminas, a companhia deve fechar o custo de produção de aço em relação aos pares, com os resultados do quarto trimestre de 2023 mostrando uma melhora no custo de produção de placas, destaca o banco.
Se a Usiminas fechar totalmente o gap com a CSN (CSNA3), o Ebitda consolidado de 2024 seria de R$ 7,7 bilhões, 108% acima do cenário-base projerado pela instituição, completa.
O Goldman Sachs diz ainda que, como consequência da renovação do alto-forno e da melhora de custos, os investidores começaram a ganhar confiança em relação à Usiminas. Ainda assim, eles acreditam que boa parte dessa melhora é incerta.
“Nossa análise de custos detalhada com base na comparação com pares e resultados do quarto trimestre de 2023 sugere que o mercado deve se surpreender positivamente.”
O Goldman Sachs afirma que o custo para transformação de placas da Usiminas tem atualmente um gap de 60-440% para os pares brasileiros, e a tendência é de que isso melhore significativamente daqui para frente.
A instituição lembra ainda que, no quarto trimestre do ano passado, a Usiminas mostrou uma queda sequencial nos custos de produção de placas de 29%, e isso antes de o alto-forno atingir capacidade total. Dessa forma, melhorias significativas são esperadas a partir do primeiro trimestre de 2024.
O Safra, além do novo preço-alvo em 12 meses de R$ 12,50, tem classificação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a compra) para a Usiminas. O banco está positivo com os preços de aço domésticos e projeta um Ebitda de R$ 2,9 bilhões em 2024, alta de 40% em relação às estimativas anteriores, e R$ 3,3 bilhões em 2025 (+8%).