Usiminas (USIM5) tira prejuízo da frente no 4T23, mas não convence; o que fazer com as ações?
A Usiminas (USIM5) conseguiu reverter o prejuízo milionário que carregava e lucrar R$ 975 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23). No entanto, os analistas avaliam os números do período como “mornos”.
Na análise da XP Inc., os resultados vieram “um pouco mais fracos do que o esperado”. O vice presidente de Equity Research da casa, Lucas Laghi, ressalta que o balanço foi poluído por itens não-recorrentes.
Em concordância, a Ativa Investimentos ainda que vê com ceticismo o momento da companhia. A corretora não está confiante quanto a novos aumentos nos preços de minério de ferro nos próximos meses e, em siderurgia, não acredita em um recuperação da demanda de aço doméstica.
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Em siderurgia, a companhia segue apontando a necessidade do governo revisitar a atual tributação à importação. Já em mineração, as chuvas no primeiro trimestre e paradas para manutenção ao longo de 2024 podem impedir melhores resultados na comparação anual.
“Para a frente, com o ramp-up da operação do Alto-Forno 3, a companhia deverá ter maior alívio em sua necessidade de capital de giro, que já se mostrou mais comportada neste 4T23″, dizem.
A Ativa segue neutra com a tese da Usiminas, uma vez que não vê a companhia revisitando a política de dividendos em um futuro próximo.
Os destaques da Usiminas no 4T23
Os analistas destacam que os altos preços de minério de ferro deram o tom aos resultados da Usiminas. A companhia apresentou uma receita de mineração 32,4% superior a do trimestre anterior, em função dos preços e da apreciação do dólar.
Além disso, o custo de caixa total caiu 1,6% no trimestre. Embora os custos por tonelada e as despesas com vendas e operacionais tenham aumentado, o Ebitda ajustado evoluiu 154% corroborado ainda pela queda de 1,5% nas despesas de vendas, despesas gerais e administrativas.
Em siderurgia, o cenário foi diferente: números ainda fracos, mas melhores do que no trimestre anterior. No segmento, as vendas foram 3% superiores, enquanto a produção de aço bruto subiu 66% e a de laminados decaiu 2%.
A despeito dos maiores volumes vendidos, os analistas destacam que os preços menores fizeram as receitas e a relação entre receita líquida por tonelada vendida decaírem.
Houve uma queda ainda de 13% do custo total em função de menores gastos fixos e com placas. No entanto, as despesas com vendas aumentaram mais de 20%. O Ebitda foi negativo em R$ 42 milhões.
Por fim, os analistas destacam que, com a redução trimestral de 8,4% do estoque de aço, a Usiminas registrou uma variação de capital de giro inferior em 12,7%. O Capex foi de R$ 654 milhões e, assim, a companhia terminou o ano investindo R$ 3 bilhões — não R$ 3,2 bilhões, como prévia.