Usiminas (USIM5) sobe de nível junto a banco, mas ainda não vale compra; analistas veem entrave para ação
A Usiminas (USIM5) subiu um degrau na recomendação do Itaú BBA. De venda para “neutra”, a companhia teve suas estimativas atualizadas pela casa após a incorporação de uma nova curva de preços de minério de ferro (mais alta), novas premissas para o preço do aço e benefícios esperados da reforma do Alto-Forno 3.
Projetando preço de US$ 110/tonelada para o minério de ferro em 2024 (de US$ 90/tonelada anteriormente), o BBA revisou em 9% os números esperados para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a R$ 3,2 bilhões.
Disso, a divisão de mineração deve entregar R$ 835 milhões, superando com folga a projeção anterior de R$ 364 milhões.
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Em relação ao mercado de aço, o Ebitda estimado é de R$ 2,2 bilhões no próximo ano, contra R$ 170 milhões em 2023, impulsionado pela queda de 10% nos custos em um ano, “o que deve mais do que compensar uma queda de 5% nos preços realizados do aço no mercado interno”.
Usiminas à espera dos benefícios com Alto-Forno 3
O BBA levanta que a produção de aço no Alto-Forno 3 era de aproximadamente 2 milhões de toneladas anuais antes da parada de manutenção. Retornando à capacidade plena, o volume aumenta para 3 milhões de toneladas por ano, “resultando em ganhos de produtividade em torno de 30%”.
“A Usiminas também espera ganhos de 9% em eficiência de combustível e de 20% no consumo de coque, em comparação com o período anterior às obras de manutenção”, acrescenta.
Em comunicado ao mercado, a Usiminas informou nesta terça-feira (12) que decidiu pelo desligamento temporário do Alto-Forno 1 da Usina de Ipatinga tão logo o Alto-Forno 3 atinja ritmo pré-estabelecido de produção, o que é esperado para acontecer no curto prazo.
O equipamento tem capacidade para produzir 600 mil toneladas por ano de aço, destaca a Genial Investimentos, que levanta como principal causa do desligamento a concorrência com o alto volume de aço importado da China.
A Usiminas explicou que, com isso, busca proporcionar redução de custos e melhoria da competitividade no mercado.
USIM5 está barata, mas risco-retorno não é atraente
As ações da Usiminas são negociadas a 3,8 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024, patamar considerado barato pelo BBA comparado aos níveis históricos.
No entanto, analistas avaliam que a proposta risco-retorno não está atraente, considerando um potencial de valorização limitado (11,7% com o novo preço-alvo de R$ 9,50) e uma fraca geração de caixa de R$ 240 milhões em 2024 devido a investimentos bilionários.