Mercados

Usiminas (USIM5) dribla minério de ferro e sobe 5%, enquanto GPA (PCAR3) despenca 13% — veja o que foi destaque da bolsa na semana

20 jul 2024, 9:00 - atualizado em 23 jul 2024, 16:14
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O Ibovespa acompanhou o apetite por risco do exterior e avançou 2,08% na semana; Suzano liderou as perdas da semana pela 2ª vez (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O cenário fiscal dominou as atenções dos investidores, mais uma vez. Apesar de o assunto parecer “disco arranhado”, a preocupação com as contas públicas foi o motivo para a montanha-russa do Ibovespa (IBOV) na semana.

Na última terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu a breve trégua e fez novas declarações. Em entrevista à Record, Lula disse que o governo não é obrigado a cumprir a meta fiscal “se você tiver coisas mais importantes para fazer”.

“Primeiro eu tenho que estar convencido se há necessidade ou não de cortar (os gastos do governo). Você sabe que eu tenho uma divergência histórica, uma divergência de conceito com o pessoal do mercado, nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto”, disse Lula.

Mas os “danos” foram contidos dois dias depois. Na quinta-feira (18), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou que o o governo fará uma contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano com o objetivo de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.

Segundo ele, o detalhamento do bloqueio e do contingenciamento será feito na próxima segunda-feira (22), na divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.

As próximas semanas devem ser menos agitadas em Brasília, com o recesso parlamentar. Os trabalhos legislativos serão retomados em agosto.

Os dados econômicos divulgados durante da semana ficaram em segundo plano. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,25% em maio na comparação com o mês anterior e registrou o maior avanço para o mês na série histórica, sem ajuste.

Por fim, o Ibovespa (IBOV) acumulou queda de 0,99% na semana.

Já o dólar comercial (USBRL), negociado no mercado à vista, terminou a última sessão com alta a R$ 5,46038 e avançou 3,18% nos últimos cinco pregões.

Exterior

No exterior, a semana começou agitada com o atentado ao ex-presidente Donald Trump durante um comício no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, no fim de semana e a oficialização dele como candidato à presidência pelo Partido Republicano. A temporada de balanços trimestrais já começou por lá.

Durante a semana, o mercado consolidou as apostas de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro. Na última quarta-feira (17), a probabilidade atingiu 100%, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Os investidores também reagiram à notícia de que o governo Biden está considerando restrições comerciais mais rígidas dos Estados Unidos a empresas que vendem tecnologia avançada de semicondutores à China. A informação provocou uma rotação dos papéis nas bolsas de Nova York, com a troca de ações de tecnologia por small caps. 

As atenções também ficaram concentradas na Europa. O Banco Central Europeu (BCE) manteve  os juros inalterados, a 3,75% ao ano. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado.

Vale mencionar que o mundo sofreu um apagão cibernético na sexta-feira (19), com impactos nos setores aéreo, financeiro, de saúde e telecomunicações.

Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 8 e 12 de junho:

Maiores altas 

Entre as maiores altas da semana, Usiminas (USIM5) é o destaque com alta de quase 6%.

Mesmo com ganhos limitados pelo desempenho do minério de ferro, as ações da companhia subiram após a BlackRock elevar a posição acionária para um pouco mais de 5%. Os ganhos também foram impulsionados pelo Bradesco BBI, que reiterou a recomendação de compra para USIM5.

Embraer (EMBR3) figurou entre as maiores altas da semana pela segunda vez consecutiva. Além da valorização do dólar, que beneficia empresas com perfil exportador — já que as receitas, ou parte delas, são cotados na moeda norte-americana -, as ações da fabricante de aeronaves subiu com dados operacionais.

Na sexta-feira (19), a companhia divulgou que a carteira de pedidos da companhia (backlog) subiu 20% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior e atingiu US$ 21,1 bilhões — o valor recorde de sete anos.

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

CÓDIGO NOME ULT VARSEM
USIM5 Usiminas PNA R$ 8,53 5,83%
EMBR3 Embraer ON R$ 41,52 3,16%
GOAU4 Metalúrgica Gerdau PN R$ 11,06 3,08%
WEGE3 Weg ON R$ 47,29 3,07%
GGBR4 Gerdau PN R$ 18,79 2,85%
KLBN11 Klabin units R$ 21,51 2,67%
SANB11 Santander Brasil units R$ 29,12 2,50%
SUZB3 Suzano ON R$ 53,60 2,49%
ITUB4 Itaú Unibanco PN R$ 34,26 2,39%
UGPA3 Ultrapar ON R$ 23,22 2,29%

Maiores quedas do Ibovespa

As ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA; PCAR3) lideraram as perdas da semana no Ibovespa com queda de mais de 13%.

Os papéis caíram após a empresa afirmar que não tem conhecimento sobre a eventual venda de suas ações detidas pelo Grupo Casino — 22,5% de participação — para a rede chilena Censosud ou para qualquer outra companhia.

“Até o momento, para além das informações já tornadas pública pelo Casino, a companhia não tem qualquer conhecimento de informações acerca de eventual venda ou do processo e/ou tempo de venda da participação remanescente detida pelo Casino e nem da possibilidade de uma oferta de um terceiro pela participação do Casino na companhia”, disse a empresa em comunicado divulgado na última terça-feira (16). 

Os frigoríficos também foram destaque de baixa com a confirmação de um foco da doença de Newcastle (DNC) em estabelecimento de avicultura comercial de corte no Rio Grande do Sul. O caso foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na última quinta-feira (18). No dia seguinte, o governo suspendeu a exportação de carnes de aves de todo o Brasil.

Confira as maiores quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:

CÓDIGO NOME ULT VARSEM
PCAR3 GPA ON R$ 2,91 -13,39%
COGN3 Cogna ON R$ 1,67 -11,64%
CVCB3 CVC ON R$ 1,87 -10,53%
MGLU3 Magazine Luiza ON R$ 12,57 -9,37%
MRFG3 Marfrig ON R$ 11,20 -8,65%
RENT3 Localiza ON R$ 43,41 -7,04%
CMIN3 CSN Mineração ON R$ 5,12 -6,57%
BRFS3 BRF ON R$ 20,99 -6,54%
ASAI3 Assaí ON R$ 10,54 -6,23%
ENEV3 Eneva ON R$ 12,56 -6,20%

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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