BusinessTimes

Usiminas (USIM5): Genial inicia cobertura prevendo aumento de dividendos

29 mar 2022, 16:14 - atualizado em 29 mar 2022, 16:14
Na avaliação da corretora, um ponto relevante para a companhia é o nível de endividamento, considerado baixo. (Imagem: Facebook)

A Genial Investimentos iniciou nesta terça-feira (29) a cobertura das ações da Usiminas (USIM5) prevendo um aumento do índice de dividendos, de 5,5% no ano passado para 7,7% neste ano.

Para a corretora, os papéis podem subir 35,6% sobre o preço de segunda (28) e chegar ao valor de R$ 19 – eram cotados a R$ 14 nesta terça, acumulando queda de 15% nos últimos 12 meses.

A casa avalia que há um cenário “mais desafiador” com relação ao setor automotivo, parcela significativa dos destinos das siderúrgicas, mas diz que a ação da Usiminas está descontada, em termos de múltiplos.

Em relatório assinado por Gabriel Tinem, a Genial comenta que entre os principais destaques da empresa está a forte geração de caixa, “sobretudo aproveitando o ano histórico de 2021 obtendo um rendimento de fluxo de caixa livre de 19,2% em 2021, com estimativa de 30,6% em 2022”.

“Além disso, a empresa deve se manter em condições de pagar dividendos, com um dividend yield evoluindo de 5,5% em 2021 para 7,7% em 2022″.

Na avaliação da corretora, outro ponto relevante para a companhia é o nível de endividamento, “que deve se manter em patamares baixos, com dívida líquida/Ebitda de -0,1x em 2021 e -0,6x em 2022”.

“A empresa negocia com o menor múltiplo EV/Ebitda do setor, atingindo EV/Ebitda em 2022 de 1,7x.”, diz trecho do relatório.

A corretora comenta que, de forma geral, o caráter cíclico do preço do minério influencia de forma significativa os resultados da companhia, gerando consequências desde a mineração até a siderurgia.

“Neste momento, com base nos múltiplos e na perspectiva para 2022, a nossa recomendação é de compra, mas devemos sempre estar atentos aos eventos tanto nacionais quanto internacionais, que ocasionam volatilidades e podem alterar a nossa perspectiva de longo prazo, inclusive a recomendação”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Usiminas (USIM5): Os riscos

Para além dos dividendos, a Genial listou os riscos envolvendo a tese para a Usiminas:

  • Grande dependência com relação ao setor automotivo, sendo negativamente impactado pela reduzida produtividade de automóveis causada pela escassez de insumos-chaves como os semicondutores para os chips;
  • Uma valorização cambial prejudica os números da companhia, inversamente ao exposto nos pontos positivos;
  • Grande exposição do segmento de mineração para a China, o que torna a empresa bastante dependente da situação macroeconômica da região;
  • Uma retração do PIB brasileiro pode diminuir o ímpeto de consumo brasileiro, agravada por um cenário macro mais desafiador com juros altos e inflação, prejudicando a venda de produtos de linha branca e outros destinados à construção civil.

Tese sobre dividendos não é nova

A Genial não é a primeira corretora a citar os dividendos como uma das razões para comprar as ações da Usiminas. Em janeiro, por exemplo, o BTG Pactual recomendou a compra da ação prevendo um rendimento entre 10% e 12% em 2022.

“A administração deve realizar pagamentos extraordinários aos acionistas como forma de reajustar o preço de deprimido das ações”, disse o banco, em documento assinado pelos analistas Leonardo Correa e Caio Greiner.

Segundo o BTG, a empresa é negociada a múltiplos mínimos de uma década, o que não faria sentido já que “a Usiminas está em uma situação muito mais saudável hoje em dia”.

Disclaimer

Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.