Usiminas (USIM5) frustra estimativas com prejuízo líquido de R$ 117 milhões no 4T24

A Usiminas (USIM5) registrou prejuízo líquido de R$ 117 milhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), mostra o balanço divulgado pela companhia nesta sexta-feira (14), revertendo o lucro de R$ 185 milhões registrado no trimestre anterior e de R$ 975 milhões no mesmo período de 2023.
Os números da companhia vieram abaixo das estimativas. As projeções reunidas pelo BTG Pactual apontavam para um lucro líquido de R$ 200 milhões no período entre setembro e dezembro de 2024.
Segundo o documento, a causa da redução foram as perdas cambiais líquidas no trimestre, que mais do que compensaram a melhoria do lucro operacional no período.
Em 2024, a Usiminas registrou lucro líquido anual de R$ 3 milhões, ante montante de R$ 1,6 bilhão no ano anterior.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia foi de R$ 518 milhões no 4T24, um avanço de 22% em relação ao terceiro trimestre de 2024 e recuo de 17% em relação ao 4T23.
A margem Ebitda ajustada foi de 8% entre setembro e dezembro — ou seja, 1,7 ponto percentual (p.p.) maior do que no último trimestre, mas 1,2 p.p. pior do que um ano antes.
Já a receita líquida da Usiminas no período acumulou R$ 6,4 bilhões, um recuo de 5% sobre o trimestre anterior e queda de 4% em comparação com um ano antes.
O volume de vendas de aço foi de 1,05 milhão de toneladas. O número recuou 6% na comparação trimestral e avanço 2% na anual.
Já o volume de venda de minério da Usiminas foi de 2,20 milhões de toneladas, recuo de 4% no trimestre e de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Orientação (guidance)
Além dos resultados do quarto trimestre de 2024, a Usiminas atualizou suas projeções acerca dos investimentos totais para o ano de 2025 para o intervalo de R$ 1,4 a 1,6 bilhão.
Segundo a companhia, as estimativas são “meras previsões e refletem as expectativas atuais da administração em relação ao futuro da Usiminas”.
Eles destacam, entretanto, que as projeções são dependentes de fatores e condições de mercado que escapam do controle da companhia, podendo, assim, diferir em relação aos números e resultados a serem efetivamente registrados em 2025.
Vale lembrar que, para os próximos trimestres, está no horizonte da Usiminas os possíveis impactos da taxação de 25% das importações que os Estados Unidos fazem de aço e alumínio, anunciada pelo presidente Donald Trump nesta semana.
Sobre este tópico, analistas do BTG Pactual colocam que as exportações diretas para os Estados Unidos são muito pequenas, sendo que a grande parte das exportações vão para a Argentina.
“Ocasionalmente, há alguns embarques para os EUA, mas isso geralmente é mais oportunista. As exportações de aço representam apenas cerca de 5% das receitas consolidadas totais”.
Veja o balanço da Usiminas na íntegra