Usiminas (USIM5) desponta entre as maiores altas do Ibovespa em reação ao balanço do terceiro trimestre; hora de comprar as ações?
Depois de sucessivas baixas nos papéis, os investidores de Usiminas (USIM5) tiveram um breve alívio nesta sexta-feira (25).
As ações da companhia lideram os ganhos do Ibovespa (IBOV) desde a abertura das negociações e também operam entre as mais negociadas na bolsa brasileira.
USIM5 terminou o dia com alta de 4,24%, a R$ 6,64, sendo a segunda ação com melhor desempenho no índice. Na máxima do dia, os papéis subiram 7,69% (a R$ 6,86). Acompanhe o Tempo Real.
Além da recuperação do minério de ferro na China, o motivo para o avanço das ações é o balanço do terceiro trimestre — divulgado hoje.
A companhia registrou lucro líquido de R$ 185 milhões entre julho e setembro. O valor representa uma reversão frente ao mesmo período do ano passado e ao último trimestre, quando a siderúrgica teve prejuízos de R$ 166 milhões e R$ 100 milhões, respectivamente.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia foi de R$ 426 milhões no período. Trata-se de uma alta de 72% na comparação trimestral e melhora frente ao resultado negativo de R$ 20 milhões na comparação anual.
O desempenho da Usiminas foi impulsionado em parte pela reativação do Alto-Forno 3 da companhia em Ipatinga, que passou por uma reforma geral bilionária e teve reativação gradual mais cedo neste ano.
Os destaques do balanço
Na avaliação do Safra, os resultados do terceiro trimestre foram “ligeiramente positivos”, com destaque para a forte geração de caixa.
A geração de caixa operacional atingiu R$ 518 milhões, acima do consenso, apoiada por menores necessidades de capital de giro e por resultados operacionais mais fortes.
O banco avalia que o Ebitda recorrente ficou abaixo das projeções da casa, “devido aos menores preços realizados de minério de ferro e aço, que mais do que compensaram uma melhora nos volumes e no CPV/t (custos dos bens vendidos por tonelada) em ambos os segmentos”.
O CPV por tonelada na unidade de siderurgia foi de R$ 5.164, queda de 3,1% ante o período imediatamente anterior e redução de quase 10% na base anual.
“Temos detalhes limitados sobre a intensidade desse crescimento no trimestre a trimestre nos resultados, mas nos tornamos mais construtivos em relação a novas reduções de custos após as leituras do terceiro trimestre e sobre as perspectivas para o próximo período”, escreveram os analistas Ricardo Monegaglia e Felipe Centeno.
Para eles, o câmbio, que enfraqueceu até agora, será um “importante impulsionador da tendência de evolução dos custos”.
O BTG Pactual, por sua vez, afirmou que a Usiminas conseguiu entregar “um conjunto de números bastante decente”.
Os analistas do banco avaliam que os volumes de ações acima do esperado refletiram as melhores condições de demanda do país e ajudaram a impulsionar o Ebitda.
“Ficamos satisfeitos em ver a empresa indicar uma melhora no Ebitda no quarto trimestre de 2024, à medida que colhe os benefícios de seu novo alto-forno em Ipatinga”, dizem Leonardo Correa e Marcelo Arazi, em relatório.
Já para os analistas do Citi, o destaque foi o crescimento das remessas, de 10% na comparação anual e 8% no trimestre a trimestre, impulsionadas por uma forte demanda doméstica.
Eles também destacam que o Alto-Forno 3 (BF#3) alcançou a maior produção desde 2010.
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O que esperar de Usiminas?
A companhia também atualizou as estimativas para o quarto trimestre.
Entre as mudanças, a empresa prevê cerca de R$ 1,1 bilhão em investimentos (capex) em 2024, um corte ante a projeção divulgada em fevereiro, de R$ 1,7 bilhão a R$ 1,9 bilhão.
Para o Citi, a perspectiva para o quarto trimestre é de melhoria das margens com redução de custos (eficiência do BF#3) e preços mais altos com os aumentos recentes, apesar dos declínios nas remessas ligeiramente mais lentos, na visão dos analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, do Citi.
É hora de comprar Usiminas?
Para o BTG Pactual, a visibilidade sobre a uma próxima recuperação dos lucros continua “fraca”, mesmo após os resultados.
Apesar dos ganhos de produtividade como o novo forno, os analistas afirmam que a companhia pode ser prejudicada por um cenário de minério de ferro abaixo de US$ 100 a tonelada.
Os analistas ainda citam que, por várias vezes, a recuperação da lucratividade foi um “pouco manchada” por outros problemas, como Cubatão e a fraqueza do minério de ferro.
“Embora a alavancagem esteja contida, acreditamos que anos de subinvestimento devem justificar maiores gastos de capital à frente, limitando quaisquer retornos de caixa relevantes para os acionistas”, escrevem Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
Nas contas do banco, as ações estão sendo negociadas a um múltiplo de 3,5x o valor da empresa pelo Ebitda (EV/EBITDA) para 2025 — “o que consideramos decente, mas não bom o suficiente, dados os riscos”, diz o relatório.
Confira a recomendação dos analistas — que o Money Times teve acesso:
BANCO | RECOMENDAÇÃO | PREÇO-ALVO |
BTG Pactual | Neutro | R$ 8,00 |
Citi | Neutro | R$ 7,00 |
Itaú BBA | Compra | R$ 8,50 |
Safra | Neutro | R$ 7,00 |
Santander | Neutro | R$ 6,50 |