Usiminas (USIM5) deve repassar alta do dólar nos preços do aço, diz VP de finanças
A Usiminas (USIM5) se prepara para repassar a alta do dólar nos preços do aço em 2025, conforme apresentado na teleconferência anual da companhia realizada nesta quinta-feira (19). Thiago Rodrigues, vice-presidente de finanças e de relação com investidores, afirmou que, apesar de o atual momento de aperto monetário demandar cautela, a perspectiva ainda é de um 2025 positivo.
Diante da pressão da desvalorização do real ante o dólar sobre as contas da companhia, Rodrigues aponta que há um efeito relevante do câmbio porque grande parte da matéria-prima da companhia é em dólar.
“Isso tem um impacto no custo, mas que precisa ou será repassado para o preço. Então é um impacto inflacionário. Vários setores da economia vão começar a sentir isso de forma mais acentuada”, disse.
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O executivo comentou ainda que a Usiminas espera que o governo federal adote medidas antidumping contra importações de aço entre o primeiro e segundo trimestres do próximo ano.
Em relação à taxa Selic, que o mercado vê batendo 15% em 2025, em meio a preocupações com o cenário fiscal, Thiago Rodrigues destacou que a companhia vem acompanhando de perto a trajetória da taxa de juros e que é negativa a longo prazo.
No entanto, a Usiminas segue acreditando que um crescimento ainda é possível, uma vez que o Brasil vem crescendo desde 2020 em cenário de taxas de juros elevadas. “no momento, a gente obviamente observa e tem cautela, mas a nossa visão de momento ainda é de um ano de 2025 positivo”.
Rodrigues defende que a companhia apresenta uma sólida disciplina financeira, que permite passar por ciclos de investimentos, ou situações complexas de mercado.
Dólar batendo recorde
O dólar à vista (USDBRL) alcançou a cotação de R$ 6,30 e renovou o recorde intradia histórico nas primeiras horas do pregão desta quinta-feira (19), mas a moeda perdeu força após novos dois leilões do Banco Central.
No cenário doméstico, o risco de desidratação do pacote fiscal durante a tramitação no Congresso Nacional segue pressionando os ativos locais, entre eles o real.
O exterior também pesa contra a moeda brasileira. Na última quarta-feira (17), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) cortou os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, como o esperado.
Contudo, o Fed prevê apenas dois cortes de 0,25 pontos-base em 2025 — menor do que o esperado pelo mercado.
Os investidores também reagem a novos dados norte-americanos.
*Com Liliane de Lima