Usiminas (USIM5): Analistas estão cautelosos com a siderúrgica; veja o que esperar do 4T24
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Amanhã (14) a Usiminas (USIM5) divulga o seu último balanço referente ao ano de 2024, antes da abertura do mercado. Estimativas da Genial Investimentos apontam para números consolidados ainda frágeis.
Igor Guedes e equipe, que assinam o relatório, projetam uma receita líquida próxima de R$ 6,4 bilhões, representando uma queda de 5,5% na base trimestral e de 5% na anual, parcialmente sustentada pelo mercado doméstico de aço, com 999 mil toneladas, uma redução de 6,6% no trimestre e alta de 8,6% no ano.
A retração sequencial considera a sazonalidade típica, com as usinas desacelerando após o pico anual que ocorre nos terceiros trimestres.
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Embora vejam que o segmento automotivo possa ter oferecido certo fôlego, ajudando no volume na base anual, a Genial vê na forte concorrência com importados chineses e no mix de vendas menos favorável fatores que tendem a limitar reajustes de preços.
Para a divisão de mineração no 4T24, a Genial espera um cenário mais desafiador, com embarques em torno de 2,2Mt (milhões de toneladas), o que representa uma queda de 4,5% no trimestre e de 8,3% no ano, refletindo principalmente o enfraquecimento da demanda chinesa.
Apesar disso, a taxa de câmbio mais elevada e o leve aumento no preço de referência devem sustentar aceleração no preço realizado para R$ 361 por tonelada na estimativa da Genial, um avanço de 7,5% na base trimestral.
Rentabilidade da Usiminas no 4T24
Em termos de rentabilidade, a Genial projeta um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 404 milhões, um recuo de 35,4% em comparação com o quarto trimestre de 2023, sugerindo que a recuperação de margens ainda permanece restrita.
Na divisão de aço, o Ebitda deve ficar em R$ 308 milhões, calculam os analistas, impactado por custos operacionais elevados e ineficiências decorrentes da reforma do Alto-Forno 3 (AF3), cujo ramp-up (aumento da produção) permanece abaixo do potencial esperado inicialmente pelo consenso.
Já a mineração tende a apresentar um Ebitda de R$176 milhões, beneficiado principalmente pela valorização da taxa de câmbio e por um aumento no preço do minério de ferro convertido em real.
A projeção de lucro líquido em torno de R$ 179 milhões, um recuo de 2,9% na comparação trimestral e 81,6% no ano, reforça a visão da Genial de que, apesar de alguma melhora pontual nos indicadores, o ambiente competitivo e as incertezas regulatórias continuarão a dificultar uma recuperação mais expressiva no curto prazo.
“Diante desse contexto, mantemos um viés cauteloso, considerando que a plena captação de ganhos operacionais — seja via implantação do PCI ou pela estabilização total do AF3 — deve ocorrer apenas em um horizonte mais dilatado”, dizem os analistas.
A Genial permanece com sua recomendação neutra para Usiminas, com preço-alvo de R$ 6.