Usiminas (USIM5): Ações despencam 17% após balanço do 2T24; veja o que impacta a empresa
As ações da Usiminas (USIM5) abriram o pregão desta sexta-feira (26) em forte queda, chegando a cair 17%, após divulgar números frustrantes referentes ao segundo trimestre de 2024 (2T24).
A siderúrgica registrou prejuízo líquido de R$ 100 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), mostra balanço divulgado ao mercado nesta sexta.
A companhia atribui a variação à piora do resultado operacional, além do impacto desvalorização do real frente ao dólar na dívida da empresa.
Já o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, principal ponto negativo destacado pelos analistas, foi de R$ 247 milhões no segundo trimestre do ano, baixa de 41% na comparação trimestral e de 33% na anual.
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O BTG Pactual aponta que o Ebtida veio 40% abaixo de sua expectativa. Para o banco, o erro foi totalmente relacionado a um desempenho operacional mais fraco do que o esperado nas unidades de aço.
“Em nossa visão, a perda de lucros deste trimestre, juntamente com a falta de visibilidade sobre a redução de custos, pode levar a ação a reverter os ganhos recentes, à medida que os investidores começam a considerar um caminho mais longo para uma taxa de execução de Ebtida de >R$ 3 bilhões”.
Em linha, para o Itaú BBA, a perda de Ebtida foi impulsionada pela realização de preços mais fraca do que o esperado no mercado siderúrgico doméstico. Os analistas destacam que os resultados foram impactados pelos menores preços domésticos do aço e pelo aumento dos custos.
Já o Goldman Sachs complementa que, embora as expectativas trimestrais já estarem baixas devido a orientações anteriores, os custos foram superiores ao esperado, levando à perda significativa de Ebtida.
Perspectivas da Usiminas para o 3T24
Um ponto que chamou atenção no balanço foram as perspectivas da empresa para o terceiro trimestre de 2024 (3T24). A Usiminas espera que o volume de venda de aço no mercado interno seja maior que o trimestre anterior, uma vez que a pressão de custos após a desvalorização do real levou a aumentos de preços.
Ainda, espera um crescimento do Ebtida no setor de siderurgia já no próximo trimestre e volumes estáveis no setor de mineração.
“A desvalorização do real, que impactará negativamente o CPV (custo dos produtos vendidos) do 3T24, poderá ser compensada com a estabilização já mencionada das operações do Alto-Forno 3 e a melhora contínua nos custos de produção da planta de Ipatinga”, diz no balanço.
Para o Safra, os detalhes sobre a intensidade desse crescimento trimestral nos resultados limitados, o que mantém os analistas preocupados com os comentários sobre a pressão de custos da desvalorização do real sendo compensada pela maior eficiência em seu Alto-Forno 3, pois esperam um alívio significativo nos custos de matérias-primas na comparação trimestral.
Já o Goldman Sachs aponta a orientação da gestão para os custos no terceiro trimestre como uma grande decepção, pois esperavam que os efeitos positivos da renovação do Alto-Forno conduzissem a uma melhoria de custos mais significativa