Usiminas (USIM5): 2T22 foi uma grata surpresa, mas desafios não acabaram, diz Ativa
A Ativa Investimentos reiterou a recomendação “neutra” da Usiminas (USIM5) e cortou o preço-alvo da ação de R$ 16 para R$ 15.
A corretora destaca que foi positivamente surpreendida pela siderúrgica neste 2T22, tanto em matéria de volumes vendidos quanto de preços médios realizados, com a empresa estando em nível adequado de estoques. Porém, a Ativa enxerga que o cenário continuará desafiador este ano.
“Tendo aplicado aumentos de 50-60% aos contratos anuais de 80% das montadoras atendidas, à partir de 1º de abril, bem como observado a indústria performar bem por conta do momento do setor agro, seguimos céticos quanto ao desempenho da distribuição ao longo deste ano, e com a dinâmica de custos e despesas atuais existentes na cadeia”, explica, em relatório divulgado na semana passada.
Segundo a Ativa, a dinâmica ao longo dos próximos trimestres deverá ser parecida com a do segundo trimestre: volumes em linha com o guidance da empresa, preços inferiores aos registrados em 2021 e dinâmica de custos impedindo registro de melhores margens.
A Ativa avalia que o custo alto do coque e as coquerias da Usiminas performando abaixo do esperado sobrecarregam as margens da companhia.
Para auxiliar os estoques de placas para a execução da parada programa do alto-forno 3, mantida para abril de 2023, a companhia reiniciará a operação de seu alto-forno 2.
A Usiminas deverá iniciar a partir do segundo semestre do ano a recomposição de estoques para os 110 dias em que a usina ficará inutilizada, o que, segundo a Ativa, deve impactar os resultados a partir do quarto trimestre.
A corretora destaca que o quarto trimestre do ano é quando o fluxo de caixa livre da companhia deverá ser mais atingido por maiores necessidades de capital de giro e capex (investimentos).
Vale lembrar que a Usiminas manteve seu guidance de R$ 2 bilhões em capex, sendo que a companhia deverá gastar R$ 1,3 bilhão ao longo do segundo semestre.
Futuro da mineração é melhor do que agora
A Ativa julga que o cenário futuro é melhor para mineração.
Após a Usiminas ser impactada pelo alto volume de chuvas no primeiro trimestre, a Ativa enxerga o desempenho da companhia em mineração ao longo do segundo trimestre como o mais próximo de seu natural, “embora as chuvas e as questões envolvendo custos ainda tenham impedido uma melhor performance da divisão”.
De acordo com a corretora, a recuperação da demanda chinesa de minério de ferro é primordial para a companhia alcançar o seu guidance de produção.
A Ativa enxerga a Usiminas rodando a 1,9 vez EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda), o que é visto como atrativo pela corretora, olhando o seu histórico e os múltiplos atuais de seus pares (Gerdau [GGBR4] 2,4 vezes e CSN [CSNA3 ] 2,6 vezes).
“Ainda assim, não vemos o mercado convergindo a valores mais “justos” no curto prazo em função dos cenários
enfrentados em siderurgia e mineração”, completa.
Além disso, a atualização da política de dividendos só virá em 2023.
Apesar da confortável posição de caixa da Usiminas, a Ativa estima que a discussão sobre o aumento na distribuição de dividendos deve ficar mais quente apenas entre o terceiro e quarto trimestre de 2023.
“Enquanto isso, a companhia seguirá pagando o mínimo previsto em sua política, que contempla a distribuição de 25% do seu lucro líquido”.
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