USDA vê queda de 3% na produção de cana do Brasil em 2021/22 por tempo seco
A produção de cana-de-açúcar do Brasil deverá atingir 635 milhões de toneladas na temporada 2021/22, queda de 3% na comparação anual, disse nesta terça-feira o serviço do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) em São Paulo, citando uma redução de potencial causada pelo tempo seco.
Segundo a agência norte-americana, o centro-sul, principal região produtora de cana do Brasil, deve verificar um recuo de 25 milhões de toneladas em relação à safra anterior, com uma colheita de 580 milhões de toneladas.
“O tempo seco que prevaleceu entre agosto e outubro de 2020 danificou os canaviais, reduzindo o potencial produtivo. Focos de incêndios também afetaram os estoques de cana”, afirmou o USDA no relatório.
O departamento estimou a produção de açúcar do Brasil, maior fabricante global do adoçante, em 39,92 milhões de toneladas em 2021/22, queda de 5% no ano a ano, devido à redução no volume de moagem.
No centro-sul, a produção deve alcançar 36,87 milhões de toneladas, queda de 2,03 milhões de toneladas em relação à safra anterior.
Apesar da menor produção total, o USDA espera que o Brasil exporte um recorde de 32,15 milhões de toneladas de açúcar na temporada, o que representa cerca de 50% dos embarques globais, diante de preços favoráveis.
“Os preços do açúcar se recuperaram desde março de 2020 e permaneceram muito mais atrativos que os do etanol. Dessa forma, as usinas devem continuar focando na produção de açúcar, e o ‘mix’ entre açúcar e etanol deverá ser similar ao da temporada anterior”, disse a agência.
A produção de etanol de cana em 2021/22 no Brasil foi estimada em cerca de 28 bilhões de litros, uma redução de 2 bilhões de litros frente a 2020/21, acrescentou o USDA.