USDA corta projeções de safras de soja e milho da Argentina após seca
A colheita de soja na Argentina será quase 20% menor do que o previsto anteriormente, já que as condições quentes e secas afetaram as safras durante a temporada, disse o governo dos Estados Unidos nesta quarta-feira.
A produção reduzida desse importante fornecedor global aumentará a demanda por exportação de soja dos EUA, reduzindo os já escassos estoques domésticos norte-americanos.
A colheita de soja da Argentina foi estimada em 33 milhões de toneladas, de acordo com o relatório mensal de estimativas de demanda e oferta agrícola mundial do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O volume projetado ficou abaixo da previsão de fevereiro de 41 milhões de toneladas. Analistas esperavam que o relatório mostrasse uma safra de soja argentina de 36,65 milhões de toneladas, de acordo com a média de estimativas fornecidas em uma pesquisa da Reuters.
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A previsão para a safra de milho do país foi reduzida de 47 milhões de toneladas para 40 milhões de toneladas.
“O USDA foi agressivo reduzindo a produção argentina de milho e soja, muito mais do que o mercado esperava em média”, disse Terry Reilly, analista sênior de commodities da Futures International. Isso é dar um pouco de vida aos contratos de milho e soja”.
Os futuros de soja na Bolsa de Chicago subiu para máximas da sessão logo após a divulgação do relatório.
O USDA elevou sua projeção de exportação de soja dos EUA em 25 milhões de bushels para 2,015 bilhões de bushels. Também reduziu a perspectiva de esmagamento doméstico para 2,22 bilhões de bushels, de 2,23 bilhões.
Isso deixou a previsão para os estoques domésticos finais de 2022/23 em 210 milhões de bushels, 10 milhões abaixo das expectativas comerciais.
Brasil
Sobre o milho, o USDA informou que a oferta norte-americana será maior do que se pensava, já que o programa de exportação do país enfrenta forte concorrência de uma grande safra no Brasil.
Os estoques finais domésticos de milho para o ano comercial de 2022/23 foram fixados em 1,342 bilhão de bushels. Isso se compara com a perspectiva de fevereiro do governo de 1,267 bilhão de bushels.
Analistas esperavam que o relatório de março mostrasse estoques finais de milho dos EUA de 1,308 bilhão de bushels, conforme pesquisa da Reuters.
(Atualizada às 15:30)