Política

Uruguai escolhe no domingo entre austeridade e gastos sociais

22 nov 2019, 18:32 - atualizado em 22 nov 2019, 18:32
Um político de carreira com quase duas décadas no Congresso e uma candidatura fracassada à presidência em 2014 (Imagem: Pixabay)

Os uruguaios vão às urnas para as eleições presidenciais no domingo. Pesquisas de opinião indicam que o Partido Nacional, de centro-direita, pode encerrar uma era de 15 anos da esquerda no comando do país, em mais um giro de poder na América Latina.

O ex-senador Luis Lacalle Pou, filho de um ex-presidente, é atualmente o favorito para se tornar o próximo líder do Uruguai.

Um político de carreira com quase duas décadas no Congresso e uma candidatura fracassada à presidência em 2014, Lacalle Pou priorizou restaurar a confiança dos investidores por meio de cortes de gastos, uma proposta política de peso.

Assessores do candidato da oposição prometem reduzir gastos desnecessários em US$ 900 milhões apenas em 2020.

Com os desafios enfrentados por líderes políticos na América Latina, o giro do Uruguai à direita ficou claro nas eleições gerais de 27 de outubro. Uma oposição revigorada captou o descontentamento dos eleitores diante de uma economia estagnada, aumento do desemprego e do crime para encerrar a liderança da Frente Ampla no Congresso.

A economia uruguaia tem crescido desde 2003, o que permitiu à Frente Ampla elevar os gastos em programas sociais, previdência e assistência médica. No entanto, a generosidade fiscal levou a déficits insustentáveis que nem mesmo repetidos aumentos de impostos conseguiram compensar.

Embora o candidato à presidência pela Frente Ampla, Daniel Martinez, ex-governador de Montevidéu, tenha vencido o primeiro turno realizado em 27 de outubro, outros candidatos da oposição se aliaram ao Partido Nacional, levando Lacalle Pou à liderança.

Com o acesso do Uruguai ao crédito barato ameaçado por um déficit geral do setor público em torno de 5% do PIB, Lacalle Pou prometeu restaurar a ordem das contas públicas.

Medidas de combate ao déficit em outros países da América do Sul provocaram uma reação de poderosos grupos e eleitores nos últimos meses.

O descontentamento social que varreu a região se infiltrou na campanha presidencial do Uruguai. Martinez alertou os eleitores de que uma vitória da oposição significaria anos de austeridade “selvagem”, o que poderia desestabilizar o país.

“Acreditar que a redução do estado pode ser feita sem um custo social para a maioria é, no mínimo, ilusório. Você sabe como isso acaba? Como na Argentina, no Brasil; como o que está acontecendo em nossa amada América Latina”, disse Martinez, 62 anos, a simpatizantes no discurso de encerramento da campanha na quarta-feira.

Lacalle Pou, entretanto, disse aos eleitores que as políticas da Frente Ampla causaram altos impostos, aumento do desemprego e falências.

 

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