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Uno e Gol vão se aposentar? Então, é hora de pechinchar na compra de um zero-quilômetro

30 nov 2021, 8:00 - atualizado em 29 nov 2021, 21:39
Icônico: Uno transformou o Brasil no maior mercado da italiana Fiat (Imagem: Divulgação/ Fiat)

O Uno e o Gol, dois dos modelos mais vendidos no Brasil nos últimos 40 anos, estão prestes a sair de linha. A aposentadoria, com certeza, deixará saudades em muitos brasileiros, mas a boa notícia é que, se você pretende comprar um carro zero-quilômetro, esta é a chance de conseguir bons descontos.

Para Murilo Briganti, especialista da Bright Consulting, empresa de consultoria automobilística, é hora de pechinchar nas concessionárias que vendem os modelos da Volkswagen e da Fiat. Segundo o consultor, os consumidores têm maior poder de barganha, quando se trata de veículos que deixarão de ser fabricados.

Outro ponto a favor do seu bolso, neste momento, é que o Uno e o Gol foram menos afetados pela crise dos chips e semicondutores, pois não possuem uma tecnologia muito avançada. “Por isso, eles são mais fáceis de serem encontrados nas concessionárias, do que veículos mais novos em termos de plataforma e programa”, diz Briganti.

Manutenção será prejudicada?

Na maioria dos casos, quando um veículo deixa de ser produzido, inicia-se um processo de diminuição de peças originais disponíveis no mercado – o que impacta a manutenção futura dos automóveis.

No entanto, o consultor afirma que essa não é situação do Gol e do Uno. Ambos contaram um grande volume de produção ao longo do tempo. Assim, fica mais fácil encontrar peças e acessórios para mantê-los.

“Os carros possuem muitas peças originais, de segunda linha e de reposição disponíveis no mercado, por isso, não devem sofrer nesse aspecto”, explica.

Preço do usado vai cair?

Mas, se você já tem um Gol ou Fiat usado e quer vender, sempre fica a dúvida: agora é a hora, já que veículos que saem de linha tendem a se desvalorizar mais rápido? Para Briganti, o primeiro ponto é que não deve haver uma “hiperdesvalização” dos dois modelos, já que sua aposentadoria já havia sido anunciada “há um bom tempo” e “não é surpresa nem para o mercado, nem para o consumidor”.

Por fim, ele recomenda que quem quiser vender o automóvel pode ainda surfar na valorização dos veículos usados, que subiram devido a uma menor produção de carros por causa da crise dos semicondutores.