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BTG Pactual (BPAC11): será que os ativos estão de volta ao jogo?

17 fev 2022, 15:35 - atualizado em 17 fev 2022, 15:56
BTG Pactual
O resultado do último trimestre de 2021 “define o tom para um forte 2022 pela frente”, diz um analista do Itaú BBA (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

Após despencar 32% entre junho e novembro de 2021, os papéis do BTG Pactual (BPAC11) voltaram a subir. Ainda que timidamente em dezembro (+0,29%), mas com mais força em janeiro (+15,1%) e fevereiro (+6%). Atualmente, as units estão na casa dos R$ 25,60, ainda longe do visto antes do período da queda, de R$ 31,07. Será que os ativos estão de volta ao jogo?

A depender da visão do mercado após o balanço do quarto trimestre de 2021, a resposta parece ser positiva. Os ganhos antes da publicação chegaram a 6% e, depois, 2,1%. O banco obteve um lucro líquido ajustado de R$ 1,78 bilhão, alta de 41,6% frente o mesmo período de 2020.

Para Pedro Leduc, analista do Itaú BBA, o resultado “define o tom para um forte 2022 pela frente”. O preço justo encontrado para os papéis é de R$ 32,73, com recomendação de compra (outperform). O BTG é visto como “a escolha de crescimento” para o ano por Leduc.

Mesmo com o cenário desafiador, o BTG divulgou projeções próprias otimistas para 2022, incluindo um ROE (Return on Equity – Retorno sobre o Capital) na casa dos 20%, calcado na escala de negócios atingida por meio dos investimentos nos últimos 3 anos e expansão de receitas nas áreas de gestão de ativos e de riquezas, além de margens de crédito e intermediação financeira.

Para o UBS BB, entretanto, as ações do BTG devem continuar a patinar em reação às incertezas macroeconômicas brasileiras (Imagem: Money Times/ Diana Cheng)

Ainda assim, o presidente-executivo, Roberto Sallouti, admitiu para analistas que o banco provavelmente verá um crescimento mais lento nas unidades de gestão de ativos e de fortunas neste ano, diante da desaceleração da economia.

“Embora factível, a meta é ousada diante das incertezas já mencionadas e o atual mix de receitas. Ainda assim, acreditamos que mesmo operando a um nível de rentabilidade aquém do proposto, o desconto atribuído pelo mercado às ações nos últimos meses parece exagerado frente ao futuro sugerido pelo resultado do quarto trimestre”, relata Rafael Reis, analista do BB Investimentos.

Reis calcula um preço-alvo em R$ 37 para o final de 2022, com recomendação de compra.

Menos otimista do que o BB Investimentos e o Itaú BBA, o analista Thiago Batista do UBS BB entende que, apesar de o banco ter apresentado tendências operacionais sólidas, as incertezas macroeconômicas brasileiras “custo de capital próprio, eleição de 2022, entre outros, devem continuar a impedir uma reclassificação material do preço das ações do banco”.

Batista possui um preço-alvo de 12 meses de R$ 29. A recomendação é neutra.