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Unilever suspende previsão de vendas conforme pandemia muda hábitos de consumo

23 abr 2020, 10:09 - atualizado em 23 abr 2020, 10:09
Unilever Empresas Varejo
A companhia vai priorizar o desenvolvimento de produtos de menor valor agregado (Imagem: Reuters/Piroschka van de Wouw)

A Unilever suspendeu nesta quinta-feia metas de vendas para este ano e avisou que seu desempenho poderá piorar no trimestre atual, conforme se ajusta a um mundo em que as pessoas consomem mais a partir de suas casas.

A companhia de produtos de consumo disse que foi atingida por mudanças causadas pela pandemia, com mais pessoas evitando ir a restaurantes e optando por fazerem suas próprias refeições em casa.

“As coisas ficarão mais difíceis antes de melhorarem”, disse o presidente-executivo do grupo, Alan Jope, em teleconferência, apontando especificamente para o impacto nas vendas de sorvetes e nos negócios de food service, que atende estabelecimentos como cantinas, restaurantes e cafés.

Por outro lado, a Unilever, afirmou que a preocupação das pessoas com higiene está ampliando as vendas de sabão em pó, desinfetantes para as mãos e outros produtos de limpeza.

A companhia vai priorizar o desenvolvimento de produtos de menor valor agregado, pois espera que as economias de todo o mundo entrem em um período de crescimento lento.

“Estamos nos adaptando aos novos padrões de demanda e nos preparando para mudanças duradouras no comportamento do consumidor, em cada país, à medida que saímos da crise e nos recuperamos”, disse Jope.

A Unilever suspendeu metas de vendas para o ano, que previam um crescimento perto do pico da faixa de 3% a 5% (Imagem: Reprodução/LinkedIn)

As vendas da empresa permaneceram estáveis no primeiro trimestre, sustentadas por crescimento nos Estados Unidos e Europa, onde consumidores estocaram produtos de limpeza e de higiene pessoal.

A Unilever suspendeu metas de vendas para o ano, que previam um crescimento perto do pico da faixa de 3% a 5%, dizendo que não pode “avaliar de forma confiável o impacto” do coronavírus.

“A Unilever está se mostrando menos resiliente do que seus pares até agora e a primeira metade do ano continuará fraca com um provável segundo trimestre pior”, escreveram analistas do JPMorgan em relatório divulgado nesta quinta-feira.