Unidas, Localiza e Movida: o que comprar no setor de aluguel de carros?
Unidas (LCAM3), Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3) praticamente dominam o setor de aluguel de carros. Juntas, elas detêm 58% do mercado. Mas quais desses papéis comprar ou deixar de lado?
Segundo a Ativa Corretora, o mercado de locação de veículos no Brasil ainda é incipiente, subpenetrado e significativamente fragmentado, principalmente no segmento de Gestão e Terceirização de Frotas, o que oferece uma boa oportunidade de crescimento para os próximos anos.
Mas nem todas as empresas oferecem iguais oportunidades. Veja a visão da Ativa sobre cada uma:
Unidas
A Unidas é a favorita da Ativa no setor. Segundo a corretora, a terceirização de frotas tem grande potencial de expansão nos próximos anos. A empresa lidera o segmento.
“Além disso, vemos a possível união com a Localiza como transformacional para Unidas, uma vez que a mesma geraria grandes ganhos de sinergias”, afirmou o analista Leo Monteiro.
Outra recente aquisição da empresa, a Zetta Frotas, ampliou a operação da Unidas para um novo segmento, “de maior diária média, margens e mais resiliente”, afirma.
A empresa também opera no segmento agro, que possui ticket médio mais alto, grande potencial de expansão e alta resiliência, destaca Monteiro.
Contudo, alguns riscos permanecem no radar, como a não aprovação do Cade da fusão com a Localiza e uma segunda onda da Covid.
A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 31, o que implica potencial de valorização de 17%.
Localiza
No caso da Localiza, a Ativa afirma que a ação está cara em relação aos seus concorrentes. A recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 70, o que implica potencial de valorização de 10,2%.
A corretora explica que devido ao tamanho da frota, a Localiza possui excelente poder de negociação junto aos seus fornecedores, podendo conseguir descontos de até 30% sobre veículos novos, diminuindo a depreciação da frota.
A empresa é líder no segmento de aluguel de carros, com 50% do share no mercado. Já na operação Franchising e Gestão de Frotas, a empresa é o segundo maior player em termos de frota.
Entre os riscos da companhia, está a alta do dólar, que pode representar um impacto relevante na depreciação de sua frota.
Movida
Segundo a Ativa, as ações da Movida já capturaram todo o potencial do setor. A corretora tem preço-alvo de R$ 20,5, com recomendação neutra.
Para o analista, a empresa aposta na excelência no atendimento de seus clientes.
“Prova disso é a boa avaliação fornecida pelos consumidores e mensurada por meio do NPS da Movida, que alcançou a marca recorde de 82% no segundo trimestre de 2020”, afirmou.
Além disso, a Movida também vai bem quando o assunto é o ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, na sigla em português), fator que está sendo cada vez mais considerado por investidores. Internacionalmente, ela é reconhecida com o certificado de Empresa B.
“A Movida se mostra uma empresa engajada na inovação de seus processos e conseguiu demonstrar essa estratégia em meio a um cenário de grande estresse e incerteza para a economia brasileira durante a pandemia do coronavírus”, afirma Monteiro.
Ele ressalta, porém, que a conclusão da fusão entre a Unidas e a Localiza configuraria um forte risco concorrencial à Movida, “tendo em vista que surgiria uma nova gigante no setor, concedendo amplo poder de barganha junto às montadoras”, disse.