Unidade de gestora Sura aposta em infraestrutura na América Latina
A Sura Investment Management aposta que a recuperação econômica da América Latina aumentará os ganhos de fundos de infraestrutura e crédito privado.
A unidade com foco em clientes institucionais da Sura Asset Management, de Medellín, planeja aumentar seus ativos sob gestão em 25% neste ano, para US$ 13,8 bilhões, com uma parte significativa desse crescimento vindo dos chamados investimentos alternativos, como infraestrutura, imóveis e fundos de crédito privado, segundo o diretor-presidente, Pablo Sprenger.
A Sura IM tem atualmente cerca de US$ 1,6 bilhão em investimentos alternativos e planeja elevar esse montante em US$ 1,4 bilhão em 2021.
“Os projetos de infraestrutura são um grande impulso sempre que os países precisam promover o desenvolvimento, especialmente no mundo emergente, e vamos aproveitar isso na América Latina”, disse Sprenger.
A economia da região encolheu cerca de 7% no ano passado, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. A previsão de analistas é de que a produção não retornará aos níveis pré-pandemia até 2023. Com isso, os governos provavelmente continuarão a fornecer estímulos, como garantias para empréstimos corporativos, o que por sua vez aumenta o apelo de fundos que fornecem crédito privado, segundo Sprenger.
A unidade opera na Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai, e sua controladora, a Sura Asset Management, tem quase 21 milhões de clientes, com US$ 135 bilhões em ativos sob gestão.
Este ano também traz boas oportunidades em ações da América Latina, disse Sprenger. Brasil e Colômbia despertam interesse em meio à alta dos preços das commodities, enquanto a instabilidade política no Peru deixa esse mercado menos atraente, disse Sprenger.
A gestora permanece neutra em relação ao Chile, mesmo que o país esteja à frente de outros da região na campanha de vacinação. As oportunidades que o país mais rico da América Latina pode oferecer aos investidores dependerão de quão ordenado será o processo de redação da nova Constituição, disse.
“Se o processo se desenvolver dentro da estrutura institucional, olharemos para o Chile com muito otimismo nos próximos dois anos.”
Ainda nesta semana, o Chile teve que aumentar as restrições em vários bairros da capital Santiago devido ao aumento de casos de Covid. Alguns países da região podem levar anos para alcançar a imunidade de rebanho no ritmo atual, atrasando a recuperação. Mas Sprenger espera que o sucesso da vacinação do Chile forneça um exemplo útil para outros.
“2021 é um grande ano para a região, um que não víamos há muito tempo”, disse Sprenger.