Unidade de defesa da Embraer (EMBR3), com novo presidente, foca em internacionalização
A unidade de defesa e segurança da Embraer (EMBR3) tem como objetivo em 2023 materializar sua internacionalização, com foco especialmente no aumento das vendas do cargueiro C-390 Millennium, disse à Reuters o presidente da divisão, Bosco da Costa Junior.
A companhia exibiu o C-390 – também conhecido como KC-390 – em um evento na Índia neste mês, e o vê como ideal para o país asiático e para outras nações na Europa e no Oriente Médio, disse Costa Junior, nomeado para o cargo no final de 2022, em entrevista na quinta-feira.
No ano passado, o governo holandês selecionou cinco aeronaves C-390 Millennium para substituir sua frota atual de C-130 Hercules, da Lockheed Martin, e deve se juntar a Brasil, Portugal e Hungria como países a ter o KC-390.
Agora, o objetivo da Embraer é expandir essa lista, depois que o governo do Brasil e a empresa concordaram no ano passado em reduzir de 22 para 19 unidades as encomendas do C-390 pela Força Aérea Brasileira, pondo fim a uma longa disputa entre as partes.
Um dos focos da Embraer está na Índia, especialmente depois da força aérea do país ter feito um pedido de informações para a potencial aquisição de aeronaves de médio porte, segmento em que o C-390 concorre diretamente com o C-130, da Lockheed.
“A Índia é um dos países em que a gente vê que o KC-390 poderia desempenhar um baita de um bom papel”, disse Costa Junior, destacando que a Embraer tem fornecido informações à Índia, embora o processo ainda esteja em estágio inicial.
Neste mês, a Embraer apresentou o C-390 na AeroIndia, evento em Bangalore, após ter realizado turnês com a aeronave em países como Inglaterra, Emirados Árabes Unidos e República Tcheca no ano passado.
A Coreia do Sul também é vista como potencial compradora, com a Embraer tendo assinado memorandos de entendimento para suporte ao KC-390 no país.
Costa Junior disse que “o momento do KC-390 na Europa como um todo, no Oriente Médio e na Ásia é super positivo”.
Na Europa, os compradores até o momento são todos membros da Otan. A Embraer havia dito no ano passado que a guerra entre Rússia e Ucrânia poderia ser uma oportunidade para produtos como o C-390 e Super Tucano, seu avião de ataque leve, projetando uma melhoria nas margens da unidade de defesa a partir deste ano.
“A gente tem visto que países que estão caminhando para caças de quinta geração, com horas de voo muito caras, têm olhado o Super Tucano como uma solução para missões mais operacionais e mais simples”, disse o executivo.
A Embraer prevê divulgar resultados do quarto trimestre em 10 de março.
Nos primeiros nove meses do ano passado, a unidade de Defesa & Segurança respondeu por cerca de 12% da receita total da empresa, abaixo dos 16,5% do mesmo período do ano anterior.