Agronegócio

Unica espera que disputa com Índia na OMC abra espaço para etanol no país asiático

15 ago 2019, 14:47 - atualizado em 15 ago 2019, 14:47
A OMC montou painéis nesta quinta-feira para julgar denúncias de Austrália, Brasil e Guatemala contra subsídios de exportação da Índia para produtores de açúcar e cana (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) disse nesta quinta-feira acreditar que a abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Índia e suas políticas para o açúcar poderá gerar espaço político para o estabelecimento de diálogo com o país asiático que resulte na adoção do etanol em larga escala naquela nação.

A OMC montou painéis nesta quinta-feira para julgar denúncias de Austrália, Brasil e Guatemala contra subsídios de exportação da Índia para produtores de açúcar e cana, que afirmam serem ilegais, disse uma autoridade comercial de Genebra.

A Unica disse entender que a cana-de-açúcar é a fonte de renda de mais de 35 milhões de produtores rurais na Índia, que formam um importante bloco político, mas ressaltou que tem estreitado relações com o país para compartilhar o exemplo do etanol brasileiro como forma de garantir emprego e renda no campo, além de melhorar a qualidade do ar nas cidades.

“A adoção do etanol em larga escala faria a Índia sair de um ciclo vicioso que perpetua uma produção ineficiente de açúcar, alimentada por meio de subsídios a produtores de cana e à indústria, e permitiria a criação de um ciclo virtuoso com o equilíbrio da produção de etanol e açúcar”, disse em nota o diretor-executivo da Unica, Eduardo Leão.

A associação das usinas do centro-sul do Brasil, principal região produtora de cana do mundo, lembrou que executivos da própria Unica já visitaram o país duas vezes este ano para tratar do tema.

Uma nova viagem está marcada para novembro, e até o início do próximo ano será realizado um seminário na Índia com especialistas brasileiros nas áreas de meio ambiente e saúde, indústria automobilística, regulação e distribuição do biocombustível.

“Ganham os produtores de cana e usinas, que terão uma demanda sólida e diversificada, ganham os moradores das grandes metrópoles indianas, por meio da redução da poluição, ganha o governo, que terá menos gastos com subsídios, e finalmente ganham os produtores e consumidores mundiais de açúcar, cujo mercado voltará a ser regido por regras que privilegiam a produção eficiente e competição entre os países”, complementou Lão, sobre um plano de a Índia adotar etanol em larga escala.

O tema deve ser tópico central em um encontro entre os líderes de Índia e Brasil marcado também para novembro, quando o primeiro-ministro indiano, Narenda Modi, fará visita oficial ao presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a União dos Produtores de Bioenergia (Udop), os mandatários discutirão produção e comércio de etanol, conforme noticiado pela Reuters em julho.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar