União Europeia pode entrar na corrida por vacinas com acordos antecipados
A União Europeia quer entrar na corrida global para garantir acesso a futuras vacinas contra o coronavírus, com a busca de acordos para compartilhar o custo do desenvolvimento com farmacêuticas.
O braço executivo da UE solicitou aos 27 governos do bloco um mandato para negociar contratos antecipados e reservas de doses de candidatos promissores, segundo memorando interno obtido pela Bloomberg.
Existe preocupação crescente na Europa de que a região possa ficar em desvantagem em relação aos EUA ou à China na obtenção de suprimentos de alguma vacina que seja bem-sucedida.
No memorando, a Comissão Europeia adverte que a medida é necessária, pois os EUA fecharam acordos semelhantes.
Isso inclui uma promessa de US$ 1,2 bilhão para ajudar a AstraZeneca a fabricar a vacina para o Covid desenvolvida pela Universidade de Oxford.
A comissão já liderou uma campanha de financiamento para candidatos em desenvolvimento e fabricação de vacinas.
A UE pretende seguir os passos da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA, na sigla em inglês) dos EUA, que está “financiando projetos diferentes antes mesmo de comprovar sua eficácia, com a esperança de ter dois ou três candidatos aprovados que permitam uma rápida distribuição entre cidadãos dos EUA”, de acordo com o memorando de 25 de maio.
A proposta deve ser discutida entre enviados de governos da UE em Bruxelas na quarta-feira, sem decisões esperadas.
O porta-voz de política de saúde da comissão, Stefan De Keersmaecker, não respondeu imediatamente a uma ligação para seu celular com pedido de comentários.
De acordo com o plano, a UE buscaria compras conjuntas e forneceria apoio financeiro antecipadamente com a condição de que estados membros tenham direito de comprar as doses necessárias de determinada empresa, segundo o memorando.
Alguns procedimentos regulatórios entre estados membros precisarão ser simplificados, como requisitos para rótulos, afirmou o braço executivo da UE.
Autoridades de saúde instaram países a evitar o chamado nacionalismo da vacina. Paul Hudson, diretor-presidente da Sanofi, causou indignação entre o governo francês no mês passado com a sugestão de que os EUA poderiam receber a vacina da farmacêutica primeiro, já que o país financiou o desenvolvimento por meio da BARDA.