União Europeia diz que disputa Boeing-Airbus pode ser resolvida com Trump
A principal autoridade de comércio da União Europeia sinalizou a possibilidade de chegar a um acordo com os EUA sobre subsídios para aeronaves antes de o presidente Donald Trump deixar o cargo.
O comissário de Comércio da UE, Valdis Dombrovskis, disse que “é possível” que ambos os lados fechem um acordo até 20 de janeiro sobre as ajudas à Boeing e Airbus.
Ele reiterou uma oferta de remover tarifas retaliatórias da UE de US$ 4 bilhões em produtos americanos, se os EUA fizerem o mesmo com impostos sobre US$ 7,5 bilhões em produtos europeus.
“A solução preferida pela UE seria que ambos os lados retirassem ou pelo menos suspendessem as tarifas e chegássemos a um acordo sobre as disciplinas futuras na área da aviação civil”, disse Dombrovskis em entrevista à Bloomberg TV na quinta-feira. “Ainda estamos intensamente envolvidos com o atual governo dos Estados Unidos.”
Um acordo antes da posse do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, marcaria uma reviravolta surpreendente após meses de tensões e impasse – e autoridades europeias estão cautelosas quanto à probabilidade de um avanço iminente.
A nova tentativa de negociação entre Washington e Bruxelas visa colocar um fim na disputa de 16 anos levada à Organização Mundial do Comércio, que concluiu que tanto os EUA quanto a UE subsidiam excessivamente suas indústrias aeroespaciais, o que viola compromissos comerciais internacionais.
Os governos da Alemanha, França, Espanha e Reino Unido forneceram subsídios à Airbus por meio de empréstimos para o desenvolvimento de aeronaves, injeção de capital, perdão de dívidas e várias outras contribuições financeiras.
Nos Estados Unidos, a Boeing se beneficiou de subsídios por meio da redução de impostos que foi revogada pelo estado de Washington.