União Europeia precisa focar saúde e emprego agora e deixar questões fiscais para depois
Os países da União Europeia precisam se concentrar agora no investimento em saúde pública e na proteção de empregos e empresas e se preocupar com a sustentabilidade fiscal depois, afirmou a Comissão Europeia nesta quarta-feira, afastando-se de seus apelos habituais por políticas econômicas e reformas prudentes.
Em suas recomendações anuais aos 27 países do bloco, o braço executivo da UE disse que o bloco deve coordenar sua abordagem à recuperação econômica assim que a pandemia de coronavírus diminuir.
Rombos orçamentários em todos os países da UE — exceto a Bulgária — aumentarão muito além do limite usual da UE de 3% do PIB este ano, à medida que os governos usam dinheiro público para sustentar economias que deverão mergulhar em suas recessões mais profundas de todos os tempos.
A dívida pública também vai disparar, violando a exigência normal da UE de que ela deveria cair.
“Nossa mensagem é clara: é necessário que exista uma postura fiscal favorável em todos os Estados-membros e recomendamos que todos os Estados-membros tomem todas as medidas necessárias para enfrentar efetivamente a pandemia, sustentar a economia e apoiar a recuperação resultante”, disse o comissário europeu de Economia e Assuntos Financeiros, Paolo Gentiloni.
Ele também alertou que os governos não devem sacrificar o investimento à medida que procuram reequilibrar suas carteiras no futuro.
“Será vital evitar erros do passado: na consolidação fiscal de 10 anos atrás, o investimento foi a primeira vítima. Repetir essa abordagem seria sacrificar nossas prioridades de longo prazo”, afirmou.