Uma nova onda de IPOs se levanta no mercado americano
A torneira secou para IPOs em 2022. A explosão de preços em nível global e a criação de um ambiente de juros mais restritivo alimentaram uma forte volatilidade no mercado, comprometendo a maioria das ofertas públicas iniciais.
Segundo a empresa de consultoria e análises financeiras Dealogic, o ano passado representou a pior fase para IPOs dos últimos 20 anos, sendo o volume financeiro levantado de apenas 8,7 bilhões de dólares, contra 154,1 bilhões de dólares em 2021,
Mas o cenário parece dar sinais de melhora em 2023. Somente na semana passada, encerrada no dia 10 de fevereiro, cinco empresas bateram os sinos da Bolsa de Nova York, também aponta o monitoramento da plataforma Dealogic.
As cinco ofertas públicas levantaram, juntas US$ 1,79 bilhões, volume sete vezes maior do que na semana imediatamente interior, quando as estreias no mercado de ações movimentaram cerca de US$ 193 milhões.
Os destaques foram o IPO de US$ 638 milhões da empresa de tecnologia solar Nextracker e o de US$ 190 mi da fabricante chinesa de sensores Hesai.
Executivos dos bancos de investimentos e advogados de IPOs consultados pela Reuters acreditam que várias grandes empresas estão preparadas para abrir o capital nas bolsas de valor, observando um aumento dos valuations corporativos e melhora da volatilidade nos mercados.
Entre essas grandes empresas, está o famoso fórum/agregador de notícias Reddit e a fabricante de chips Arm, de propriedade do SoftBank. Ambos podem lançar seus IPOs ainda no segundo semestre de 2023
Termômetro de IPOs melhora ‘risk on’ (por agora)
O termômetro de medo de Wall Street, o índice de volatilidade Cboe, caiu quase 12% desde o início do ano, sinalizando a redução da ansiedade dos investidores e facilitando o lançamento de IPOs.
Um outro dado que mostra essa melhora no sentimento de risco é uma retomada do apetite por contratações, relegando os efeitos da alta dos juros para a saúde financeira das empresas.
A conclusão foi obtida pela plataforma de contratações Greenhouse, que ao entrevistar 300 CEOs, notou que 76% deles pretendem manter ou até mesmo expandir o quadro de funcionários de suas empresas.
Esse intento ocorre a reboque das demissões em massa de funcionários altamente qualificados das big techs americanas. Adquirindo talentos e ajustando as operações, muitas empresas esperam o momento certo para o gatilho inicial de suas ações no mercado aberto.