Uma mineradora pode se destacar no 1T25, vê BTG Pactual; setor deve entregar resultados fracos

O setor de mineração e siderurgia não deve entregar o melhor dos resultados no primeiro trimestre de 2025 (1T25), avalia o BTG Pactual. No entanto, Usiminas (USIM5) deve se destacar no período.
Os analistas Leonardo Correa, Marcelo Arazi e Bruno Henriques projetam resultados gerais fracos para o trimestre, marcado por uma reversão de dinâmicas positivas observadas no trimestre anterior.
O banco pontua que o cenário macroeconômico permaneceu difícil, com o real se valorizando 7% na base trimestral, pressionando naturalmente a receita líquida das empresas exportadoras. No entanto, pontuam que a maioria dos preços das commodities se manteve melhor do que o esperado inicialmente.
- E MAIS: O que há de mais importante no mercado financeiro hoje? O programa Giro do Mercado mostra as principais notícias para o seu bolso todos os dias, às 12h
“O minério de ferro mostrou resiliência, negociando em torno de US$ 104 a tonelada, enquanto os preços de celulose subiram no início do ano, impulsionados por um ambiente de oferta e demanda de curto prazo mais favorável, proporcionando algum alívio na receita líquida”, colocam.
O alumínio, ouro e cobre também se beneficiaram de um momento positivo no primeiro trimestre, mas os preços do aço permaneceram fracos.
Os analistas permanecem vendo um ambiente desafiador para as commodities, pressionado por balanços de oferta e demanda frouxos, uma guerra comercial global em escalada, preocupações persistentes com a China e a ausência de catalisadores no curto prazo.
“Em termos de direção, vemos poucas razões para antecipar uma recuperação nas estimativas de preços de commodities e mantemos nossa postura cautelosa em relação ao setor”.
Neste cenário, o BTG permanece com preferência por celulose, tem em vista que os preços parecem melhor ajustados.
Uma mineradora pode se destacar no trimestre
Ainda que o cenário não seja o mais promissor e o BTG veja os resultados do primeiro trimestre de 2025 como amplamente inconclusivos para as recomendações de ações, o destaque positivo deve ser a Usiminas.
Os analistas estimam um crescimento de 11% na base trimestral, se descolando dos pares (principalmente com novas reduções de custo em Ipatinga).
A CBA (CBAV3) também é destacada positivamente pelos analistas, uma vez que a companhia deve manter sua trajetória positiva de desalavancagem, reduzindo sua dívida líquida/Ebitda para próximo de 2 vezes.
“Celulose continua sendo nossa preferência no setor, sustentada pela recente reprecificação e pela visão de que os preços continuam próximos do fundo do ciclo, enquanto as empresas do segmento seguem entregando bons yields de geração de fluxo de caixa, apoiados por crescimento sólido do lucro líquido”, diz o BTG.