Uma injeção de dados na veia: 123 Milhas em recuperação judicial, a mordida do Leão nos rendimentos dos FIIs e outros destaques do dia
Gírias, jargões e vícios de linguagem nos acompanham pela vida. Com exceção de um ou outro gramático mais vigilante, todos estamos sujeitos ao uso de termos compreendidos apenas por quem domina dialetos de uso restrito a nichos.
Também é assim com os banqueiros centrais. Nos últimos anos, qualquer comunicado ou ata de reunião de política monetária que se preze faz menção ao fato de que passos futuros são data-dependent.
Trata-se de um vício — mais de linguagem que de qualquer outra natureza. Ainda não me deparei com nenhuma tentativa de tradução do termo, mas ela eventualmente vai virar algum neologismo. O cacófato “dadodependência” não cairia mal.
E a “dadodependência” dos banqueiros centrais será colocada à prova nesta virada de agosto para setembro de 2023 nos Estados Unidos e no Brasil. Haverá uma injeção de dados na veia até a sexta-feira.
Hoje, o relatório ADP sobre a situação do emprego na iniciativa privada norte-americana e a revisão dos números do PIB dos EUA no segundo trimestre devem dar o tom do apetite por risco.
Na véspera, o relatório Jolts mostrou um resultado de abertura de postos de trabalho bem abaixo do esperado, o que levou muita gente no mercado a revisar suas apostas quanto aos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
E o calendário de indicadores capazes de aplacar a dependência dos banqueiros centrais norte-americanos ainda reserva o PCE (a medida de inflação preferida do Fed para pautar sua política monetária) e o payroll, como é conhecido o principal documento sobre o mercado de trabalho dos EUA.
Por aqui, os investidores buscam gatilhos capazes de manter as altas dos dois últimos pregões enquanto monitoram o andamento da pauta econômica no Congresso, o IGP-M e a produção industrial e se preparam para os números do PIB brasileiro no segundo trimestre.
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CONHEÇA O FII
Primeiro fundo imobiliário com foco em energia renovável da B3 mira retorno de até 20% ao ano. O fundo Suno Energia Limpas (SNEL11) investe em terrenos para a instalação de painéis e geração de energia solar em três estados brasileiros.
MORDIDA DO LEÃO NOS RENDIMENTOS
Dividendos de mais de 160 fundos imobiliários listados na B3 não serão mais isentos de Imposto de Renda. Ao menos 166 FIIs deixarão de depositar os dividendos isentos de IR na conta dos investidores a partir desta semana. Veja os dez maiores fundos afetados pela MP de tributação dos super-ricos.
PEDIU AJUDA AOS TRIBUNAIS
123 Milhas entra com pedido de recuperação judicial e declara R$ 2,3 bilhões em dívidas. A companhia enviou o pedido à 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, capital mineira, na última terça-feira.
MAIS UNIDOS?
JP Morgan aumenta a aposta e amplia participação no C6 Bank após banco digital amargar prejuízo bilionário em 2022. A divisão de varejo do banco norte-americano tornou-se acionista do C6 Bank em 2021, quando adquiriu uma participação de 40% na fintech.
O PESO DA DÍVIDA
O pior já passou? O que diz a Fitch sobre as empresas brasileiras um mês após ter elevado a nota de crédito do Brasil. As empresas sob o guarda-chuva da agência de classificação de risco têm R$ 425 bilhões em dívidas com vencimento até 2024. O número assusta, mas pode não ser tão ruim assim. Entenda por quê.
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Compro ouro: por que o Morgan Stanley enxerga oportunidade no metal precioso no médio prazo.O ouro é considerado abrigo em momentos de crise e incerteza — que é exatamente o que a economia global está vivendo neste momento —, mas há mais por trás da recomendação do banco norte-americano. Confira os detalhes.
Uma boa quarta-feira para você!