Uma carta do Copom ao mercado, dívidas e imóveis, dividendos da Petrobras, problemas para Putin e outros destaques do dia
Os investidores locais ficaram frustrados após a decisão mais recente do Copom de manter os juros inalterados.
Mais do que isso, a autoridade monetária brasileira não deu sinais claros de que deve reduzir os juros na próxima reunião, marcada para agosto.
Entretanto, o Comitê de Política Monetária volta ao centro do debate nesta semana com a ata do mais recente encontro — e essa “carta ao mercado” gera grande expectativa.
O índice de inflação segue com tendência de queda e o arcabouço fiscal, somado a reforma tributária, andam a passos largos no Congresso.
A pergunta que fica para os investidores é: a ata do Copom será uma carta de amor ou de desafeto?
Seja como for, o documento só deve ser publicado na terça-feira (27), no mesmo dia em que serão divulgados os dados do IPCA-15, considerado uma prévia da inflação.
Antes disso, o Boletim Focus na segunda-feira (26) pode ajudar a recalibrar as expectativas para a Selic até o final do ano.
Assim, os investidores buscam um sinal no comunicado do BC, nos novos dados de inflação e no Boletim Focus para acompanhar o futuro dos juros brasileiros.
Mas a ata do Copom pode envelhecer rápido dependendo do resultado da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira.
A expectativa é que o encontro traga reuniões em relação à meta de inflação, provavelmente com uma mudança no calendário, que pode deixar de ser anual.
Já no cenário externo, as atenções também se voltam para o atrito entre banco central e inflação.
Lá fora, o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, discursa nesta semana.
O chefe da autoridade monetária já entrou em descompasso com o mercado nos últimos dias, ao alterar o tom sobre o futuro dos juros norte-americanos.
Mas os investidores estarão de olho na divulgação dos números de inflação dos EUA.
O índice de preços e gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) deve ser publicado só na sexta-feira (30), o que deve pressionar os mercados até lá.
Vale ressaltar que o PCE é o indicador preferido do Fed para balizar a decisão de juros.
Para a próxima reunião — marcada para julho —, o mercado espera que os juros subam para a faixa entre 5,25% e 5,50%, de acordo com as estimativas do CME.
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