Finanças Pessoais

Um terço dos parceiros já mentiu sobre orçamento e 50% brigaram por gastos

11 jun 2019, 9:20 - atualizado em 11 jun 2019, 9:20
37,4%,já mentiram para o parceiro quando o assunto envolvia dinheiro, sendo os principais motivos compras, dívidas e investimentos escondidos

Por Arena do Pavini

Conciliar a paixão com o orçamento nem sempre é tarefa fácil. É o que mostra pesquisa feita pelo site Guiabolso nesta semana do Dia dos Namorados. O app consultou 3.075 pessoas e descobriu que mais de um terço, ou 37,4%, das que estão em um relacionamento amoroso já mentiram para o parceiro quando o assunto envolvia dinheiro. Os principais motivos foram compras (52% dos casos) e dívidas (44%). Como mais de motivo podia ser citado, outros destaques foram salário (32%) e ter conta ou investimento escondido (32%).

Outro ponto preocupante da pesquisa é que 35% das pessoas não têm planos em conjunto com o parceiro, o que é bem complicado quando se pensa em dividir a vida com alguém. Para piorar, quase 50% dos casais já brigaram por causa de dinheiro. Entre os casados o número é ainda maior e chega a 60%

Segundo o estudo, Quando o assunto é dinheiro, muita gente que está em algum tipo de relacionamento (casamento, namoro ou rolo) já mentiu ou enganou seus parceiros ou parceiras por causa de grana. Não falar a verdade sobre o salário e esconder contas e investimentos também são citados na lista de mentiras. Quando o assunto é salário, aliás, 16,7% das pessoas não sabem quanto o parceiro ganha. Saber a renda do outro é algo considerado básico em finanças pra casais que buscam alcançar um objetivo em comum. Mas ao que parece não é todo mundo que está pensando no futuro.

“Transparência é o fator chave para que o casal dê certo nas finanças”,
alerta o diretor de produto e tecnologia do Guiabolso, Julio Duram. E isso envolve não só falar sobre os gastos e renda, mas também construir objetivos em comum pra chegar no mesmo lugar.

Por sorte, o coração dos amantes costuma ser grande o suficiente para perdoar as falhas em nome do bolso. A maioria diz que perdoa uma eventual mentira do companheiro ou companheira sobre dinheiro.

Dicas ajudam a arrumar a vida pessoal

Assim como qualquer projeto de vida, o casamento ou mesmo um relacionamento exige planejamento, observam consultores. E o básico é ter equilíbrio das finanças pessoais. Para ajudar nessa organização, a gestora de investimentos Magnetis organizou quatro dicas práticas para os casais que querem garantir a paz financeira e atingir os objetivos juntos. A regra número um é o diálogo e a confiança mútua para começar.

1- Tenha um planejamento

O planejamento é a ferramenta que orienta as escolhas que o casal precisa fazer hoje para alcançar suas metas no futuro. Por exemplo, para a chegada do primeiro filho, ter um planejamento significa saber quanto dinheiro deve ser economizado por mês para montar o quarto, comprar o enxoval, pagar pelas despesas médicas e assim por diante.

Outro exemplo é a compra de um imóvel ou a mudança para uma casa maior. É preciso considerar todas as possibilidades para alcançar um sonho que é dos dois, mas sem significar a perda de objetivos individuais. Pode ser que um dos dois queira investir em uma pós-graduação e o outro queira trocar de carro. Cabe aos dois chegarem a um acordo para definir como essas metas serão alcançadas. O que será feito primeiro? O dinheiro virá dos dois ou cada um separa uma parte de sua renda para os objetivos individuais?

Não existe uma resposta padrão, mas é importante que ela faça sentido para ambos. Ainda assim, há uma recomendação geral: o segredo está em aplicar decisões conjuntas sobre o orçamento e as despesas. Dessa forma, o casal age como uma equipe: um ajuda o outro, não há competição.

2. Crie uma reserva de emergência

A reserva de emergência é um montante guardado para imprevistos. A ideia é que esse fundo seja capaz de sustentar o casal em situações como perda emprego, problemas de saúde ou outras emergências. Essa reserva também serve para aproveitar oportunidades, como por exemplo a compra da casa própria a um preço mais convidativo.

O tamanho dessa quantia depende do nível de estabilidade financeira de cada um — quem é funcionário público, por exemplo, corre menos riscos de perder um emprego se comparado a um profissional liberal.

A reserva de emergência é um montante guardado para imprevistos. A ideia é que esse fundo seja capaz de sustentar o casal em situações como perda emprego

Algumas pessoas preferem guardar quantias equivalentes a alguns meses de salário como reserva de emergência. Mas não há uma quantidade ideal de meses pelos quais se deve poupar. O ideal é que esse valor seja suficiente para deixar o casal tranquilo caso aconteça algum imprevisto.

Ao montar a reserva de emergência, um dos principais pontos que o casal deve observar é em que tipo de investimento esse dinheiro será aplicado. É imprescindível que o valor esteja em uma aplicação de baixo risco e alta liquidez, para que esteja sempre acessível.

O baixo risco é necessário porque se trata justamente de um montante para situações extremas. Ou seja, é preciso garantir que o dinheiro não esteja ameaçado pelo sobe e desce do mercado. Já a alta liquidez traz a possibilidade de resgate a qualquer momento: como essa é uma reserva para ocasiões inesperadas, o valor deve ficar disponível rapidamente.

3. Tenha investimentos para médio e longo prazos

Um dos grandes benefícios de equilibrar as finanças do casal é que os conflitos e as brigas por este motivo tendem a diminuir, o que torna a relação mais saudável e duradoura. Assim é possível fazer planos de médio e longo prazo.

Uma dúvida que pode surgir é: o que exatamente significa longo prazo? A verdade é que não há uma definição exata, mas pode-se pensar em 10 anos ou mais. Além disso, é importante que o longo prazo inclua investimentos para a aposentadoria. Pense em quanto o casal deseja ter de renda depois que parar de trabalhar, trace um planejamento e aplique o dinheiro para que essa meta se realize.

O médio prazo, por sua vez, costuma ficar entre 5 e 10 anos. É um futuro relativamente próximo, para o qual a família pode planejar a compra de bens — como casa e carro, por exemplo —, a educação dos filhos e assim por diante.

4. Converse sobre as finanças do casal

Falar de investimentos não é um hábito entre os casais brasileiros. Muitos conflitos domésticos que surgem sobre esse assunto acontecem por falta de comunicação e transparência. E isso não se resume a contar para o parceiro qual é sua situação financeira e seus gastos, mas expor suas insatisfações e inseguranças de um modo construtivo.

Uma boa troca de ideias sobre dinheiro começa com a observação de hábitos, crenças e vontades de cada um. Em vez de atacar o(a) parceiro(a) por atitudes com as quais você não concorda, procure entender seus próprios gastos.

Depois, divida esses padrões e diga o que gostaria de mudar em si mesmo, bem como quais são suas prioridades e seus objetivos. Convide-o(a) a fazer o mesmo no momento em que ele(a) se sentir à vontade.

Depois disso, o ideal é que o casal compartilhe seus números: quanto ganha, quanto deve e quanto gasta. Isso pode ser feito de maneira respeitosa e amorosa. Caso um dos dois esteja mais desorganizado financeiramente, ambos podem se ajudar para resolver a situação.

Plano de investimentos

Por fim, é válido retornar ao planejamento para criar um ciclo de controle financeiro que se torne cada vez mais completo e, assim, o casal possa crescer junto. Aproveite ainda para aprofundar questões importantes, como quais são os interesses individuais, qual é o projeto no qual os dois vão investir juntos, quanto patrimônio desejam acumular e outros objetivos.

É possível que essas metas mudem de tempos em tempos. Por isso, o diálogo deve ser frequente. Lembre-se de que a independência financeira faz bem para a autoestima e traz liberdade às duas pessoas, enquanto o planejamento conjunto proporciona união e fortalecimento da parceria.

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