Um pouco de alívio: Dólar recua pela primeira vez na semana e opera abaixo de R$ 5,60 após falas de Lula e Haddad
Depois de renovar a máxima do ano, a R$ 5,70, na véspera, o dólar à vista (USDBRL) perde força em relação ao real pela primeira vez em julho nesta quarta-feira (3)— e zerou os ganhos do mês nas primeiras horas da sessão.
A divisa norte-americana, que recua desde a abertura em sintonia com o exterior, opera abaixo de R$ 5,60. Durante a tarde, a moeda atingiu a mínima intradia a R$ 5,510 (-2,19%) e encerrou as negociações a R$ 5,5684 (-1,70%).
Mesmo com a forte queda nesta quarta-feira (3), o dólar acumula alta de 15% no ano.
Ontem (2), rumores de que o Banco Central estaria consultando as tesourarias de bancos sobre eventual intervenção no câmbio já haviam tirado a força do dólar, que ainda assim encerrou a sessão com alta de 0,20%, a R$ 5,6648.
Por que o dólar cai?
Nos últimos dias, a briga travada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central (BC) foi o motivo para a valorização do dólar ante o real. Hoje, as declarações do chefe do Executivo também é motivo para o enfraquecimento da divisa norte-americana.
O presidente convocou os ministros da área econômica para uma reunião hoje às 16h30 (horário de Brasília). Os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão), além dos secretários Dario Durigan e Bruno Moretti devem estar presentes.
Enquanto o mercado fica na expectativa pela reunião, que deve ter o câmbio entre os assuntos, o lançamento do Plano Safra 2024/25 concentra as atenções.
Após a cerimônia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “o compromisso fiscal é compromisso de toda a vida do presidente”. O chefe da pasta econômica ainda afirmou que o presidente Lula apresentará ainda hoje uma proposta sobre os gastos — “e o câmbio deve se acomodar”.
Em seguida, Lula reafirmou o compromisso. “Teremos política econômica para continuar crescendo, política de renda e continuaremos com a responsabilidade fiscal. Aqui nesse governo, responsabilidade fiscal não são palavras, mas é um compromisso de governo desde 2003”.
Mais cedo, Haddad disse que espera que o governo conclua até o fim de julho as tratativas com governadores e parlamentares para a renegociação de dívidas dos Estados. Em reunião do Conselho da Federação, no Palácio do Planalto, Haddad afirmou que ainda falta equacionar pendências para que projeto sobre o tema seja aprovado no Congresso antes do início do recesso parlamentar, neste mês.
Já o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão realizado nesta manhã para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024. Por enquanto, nenhuma operação extra foi anunciada pelo BC para esta quarta-feira, apesar dos rumores da véspera.
*Com informações de Reuters